2007-05-25 19:18:00
A população brasileira mudou radicalmente em 60 anos. De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), de 1940 a 2000 a população cresceu quatro vezes, o número de pardos passou de 21,2% para 38,5%, o analfabetismo baixou de 56,8% para 12,1% e o percentual de solteiros caiu.
Detalhes desse novo Brasil estão reunidos no estudo "Tendências Demográficas: uma análise da população com base nos resultados dos Censos Demográficos de 1940 e 2000", lançado hoje pelo IBGE. Segundo os dados, a população passou de 41,2 milhões para 169,8 milhões de habitantes no período, mas o perfil típico dos brasileiros não é mais o mesmo. O índice de brasileiros que se declaram brancos caiu de 63,4% para 53,7%, enquanto o percentual de pretos passou de 14,6% para 6,2%. A miscigenação fez com que, em 2000, 38,5% dos brasileiros se declarassem pardos.
Além disso, o número de solteiros caiu. Na década de 1940, 51,6% das pessoas com mais de 10 anos eram solteiras. Em 2000, o percentual era de 38,5%. Os dados mostram que, em 1940, 42,2% das pessoas com mais de dez anos eram casadas. Sessenta anos depois, o índice chegou a 49,5%. No senso mais recente, o IBGE registrou ainda uma grande proporção de "uniões consensuais" que, em 1940, não foram pesquisadas. Tanto em 1940 quanto em 2000, os homens eram a maioria dos solteiros. Já a proporção de desquitados e divorcidados cresceu de 0,2% para 4,1% da população.
Religião
No período, os evangélicos ganharam espaço em todas as regiões do Brasil. A diminuição do índice de católicos, de 95% para 73,6% abriu caminho para um crescimento de 2,6% para 15,4% do total de evangélicos. Na década de 1940, o Sul era a região com maior índice de evangélicos (8,9%). Em 2000, o Norte passou a ocupar a liderança, com uma população de 19,8% de evangélicos. Já Rondônia é o estado com a maior proporção de evangélicos do país (27,2%).
Os dados mostram ainda que o analfabetismo diminuiu e a escolaridade cresceu. O índice de pessoas que não sabem ler e escrever caiu de 56,8% para 12,1%, embora o número absoluto de analfabetos tenha permanecido quase o mesmo. Em 1940, havia 16,4 milhões de analfabetos – mesmo número registrado em 2000, numa população que cresceu quatro vezes.
Em 1940, no entanto, menos de um terço das crianças entre 7 e 14 anos freqüentava uma escola. Em 60 anos, a taxa de escolarização subiu para 95% dos brasileiros nesta faixa. O destaque vai para o Rio Grande do Sul, onde 97,3% das crianças estão na sala de aula.
Brasil urbano
Os brasileiros também trocaram o campo pela cidade. Na década de 1940, apenas 31,3% da população morava em cidades, enquanto o índice subiu para 81,2% em 2000. Nestes 60 anos, foram criados 3.933 municípios, havendo um alto número de localidades com menos de 5 mil habitantes. Em 1940, 54,4% dos municípios registravam população inferir a 20 mil habitantes. No último senso, o índice chegou a 73%.