2007-05-23 16:41:00
Parceria entre o governo do Estado e o Ministério da Integração Nacional pretende resgatar a produção de erva mate na faixa de fronteira de Mato Grosso do Sul com o Paraguai.
No próximo mês, a Agência Estadual de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural – Agraer – começa a distribuição de 430 mil mudas da planta a 390 pequenos agricultores dos municípios de Ponta Porã, Antônio João, Aral Moreira, Coronel Sapucaia, Paranhos, Sete Quedas, Mundo Novo, Japorã, Eldorado, Tacuru, Iguatemi, Amambai, Itaquiraí, Naviraí e Caarapó.
O chamado Arranjo Produtivo Local (APL) de Erva Mate teve investimentos de R$ 450 mil do Ministério de Integração Nacional e vai beneficiar produtores com renda familiar de até 14 mil reais por ano.
Os produtores estão sendo cadastrados e vão passar por capacitação. Cada um vai receber, em média, 1.100 mudas para o plantio de meio hectare. Dentro de 5 a 6 anos, cada planta deve produzir de 7 a 10 quilos de folha verde. Hoje, o preço do quilo pago pelas indústrias varia de U$ 0,08 a U$ 0,12, mas o produtor pode ganhar até U$ 0,04 a mais por quilo, caso a família seja responsável pela colheita. “Se no futuro os produtores se organizarem e trabalharem com o cancheamento e a pré-industrialização; esta renda pode ser 60% maior. Neste início, queremos que eles tomem gosto pela cultura” destaca Osmar Surumaki, do escritório da Agraer em Ponta Porá.
O mercado para o produto é garantido. “Há 15 anos, os ervais nativos da região produziam cerca de 9 milhões de quilos de erva mate por ano. Hoje, a produção não chega a 3 milhões, já que as áreas deram lugar às pastagens e cultura de soja. Agora, a produção do Estado fica em torno de 30% da demanda das indústrias locais e a matéria prima tem que ser trazida de Santa Catarina e do Paraná, principais Estados produtores” explica Osmar Lioji Surumaki.
“A reintrodução dessa tradicional cultura na região deve ser importante alternativa de renda. O foco nas pequenas propriedades assegura uma importância social expressiva”, ressalta Sílvio Pereira Vargas, gerente de desenvolvimento agrário