2007-05-15 16:18:00
Vilson Nascimento
O Promotor de Justiça da 2ª Promotoria da Comarca de Amambai, Dr. Ricardo Rotunno recebeu, na tarde dessa terça-feira, uma comissão formada por lideranças indígenas guarani-kaiowá e guarani-ñhandeva de aldeias assistidas pela extinta Administração Regional da Funai de Amambai, hoje transformada em núcleo pela Fundação Nacional do Índio em Brasília.
As lideranças indígenas, que querem a revogação portaria que transferiu a Administração Regional de Amambai, foram buscar, junto ao representante do Ministério Público Estadual, apoio, sugestões e informações de como proceder, já que dentro das formas de manifestações para chamar a atenção das autoridades e da imprensa para o problema, as lideranças indígenas cogitavam bloquear rodovias em Amambai e em toda a região.
Ao se dirigir às lideranças indígenas Dr. Ricardo disse ser solidário a luta para manter a sede regional do órgão federal em Amambai, porém reafirmou, como já havia feito anteriormente, que não irá tolerar que as manifestações venham a atingir aos direitos sociedade.
“Sou favorável à luta de vocês e de toda a comunidade indígena pela permanência da Administração Regional da Funai em Amambai, mesmo porque sei o quanto fará falta, em relação ao atendimento, a unidade do órgão aqui, mas faço uma ressalva, não permitirei de forma alguma, bloqueio de rodovias”, disse o Promotor ao relatar que o Ministério Público Estadual zela pelo direito de toda a sociedade e tudo que venha a atingir os direitos da população como um todo será coibido.
“Foi muito importante a atitude de vocês em procurar o Ministério Público Federal, as autoridades da classe política e agora o Ministério Público Estadual, pois esse é o caminho. Vocês tem que se organizar, buscar apoio da classe política. Sugiro a formação de uma comissão para se deslocar até Brasília para manter contato direto com a direção da Funai e explanar os problemas. Bloquear rodovias só vai jogar as autoridades e a sociedade em geral que hoje é solidária a luta pela permanência da Funai em Amambai contra o próprio movimento das lideranças indígenas”, disse Dr. Ricardo Rotunno ao informar que, caso rodovias no âmbito da Comarca sejam bloqueadas ele será obrigado a tomar as medidas judiciais cabíveis para garantir o direito de ir e vir, inclusive com pedido de liminar determinado o desbloqueio da via e responsabilizando criminalmente os lideres do movimento.
“Isso é que queremos evitar”, disse o representante do Ministério Público Estadual ao relatar que o MPE tem desempenhado várias ações, dentro de suas atribuições, em favor das comunidades indígenas no âmbito da Comarca, que abrange os municípios de Amambai e Coronel Sapucaia.
As lideranças indígenas permanecem na sede da Funai em Amambai a espera de uma posição da Fundação Nacional do Índio de Brasília.