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quinta-feira, 28 de março de 2024

Funcionários da Funai são demitidos em Amambai

2007-05-15 12:47:00

Vilson Nascimento

O que já era esperado acabou acontecendo. Através de um oficio enviado na manhã dessa terça-feira pela Administração Regional da Fundação Nacional do Índio (Funai) de Dourados o administrador regional para o conesul, Eliezer Cardozo Louzada Cruz determinou ao chefe da extinta Administração Regional, hoje núcleo de Amambai ,Gildo Martins, a imediata demissão de todos os funcionários contratados e prestadores de serviço  que trabalhavam na Delegacia Regional do órgão federal em Amambai.

Durante o anúncio das demissões, que foi levado ao conhecimento dos funcionários no meio da manhã, durante uma reunião no gabinete do chefe de núcleo, o clima foi de desolamento e uma funcionária acabou chorando, inconformada com a situação.

Das 22 pessoas que trabalhavam no órgão federal em Amambai 13 foram colocados na rua, segundo eles de uma hora para a outra, já que até o meio da semana passada, antes da publicação da portaria assinada pela presidência nacional da Funai em Brasília não havia rumores que uma atitude dessa natureza estaria prestes a ser tomada.
Pegos de surpresa pela decisão, os funcionários que estavam em pleno horário de trabalho desempenhando suas funções, pararam seus afazeres e deixaram as dependências do prédio em busca de mais informações.

Com as demissões, que aconteceram à distância e sem maiores explicações, já que até agora, praticamente uma semana no cargo o novo administrador regional de Dourados Eliezer Cardozo se quer apareceu em Amambai, parte dos funcionários demitidos classificaram a decisão como “arbitrária”, já que a maioria prestam serviços ao órgão federal através de uma empresa terceirizada e tinham contratos assinados até o mês de agosto.

Demissões Paralisam Trabalhos- A demissão dos funcionários da Funai anunciada na manhã dessa terça-feira, além de engrossar a fila dos desempregados em Amambai também paralisa praticamente todos os trabalhos desenvolvidos pelo órgão em Amambai, entre eles, pedidos de licença a maternidade, encaminhamento de aposentadorias e a emissão de documentos para a área de saúde, produção agrícola, educação e assistência social entre outras ações que eram desenvolvidas pela extinta regional .

Segundo um funcionário que pediu para não ser identificado, setores cruciais para o funcionamento da Funai em Amambai, inclusive ligados a área de educação e de documentação, que estavam nas mãos de funcionários contratados também forram paralisados. De acordo com o funcionário do órgão federal, as demissões também resultarão na paralisação do processo de recuperação do arquivo histórico da Delegacia Regional, que apesar de ter sido criada em 1986, consta em seus registros, documentos históricos que estão passando por um processo de revitalização e a idéia da administração anterior era, depois de tudo ponto e catalogado, servir como acervo para pesquisa.

“Encontramos nesse arquivos relíquias que fazem parte da história dessa região, inclusive duas cartas datadas de 1910 escritas a mão pelo Marechal Candido Rondon”, disse uma das funcionária que diz temer pela conservação dessa documentação de agora em diante.

Perdas Financeiras- Com o fechamento da Administração Regional da Funai em Amambai o município perde, não somente empregos, más também, na questão financeira.
Segundo funcionários, a Funai de Amambai tem um orçamento anual que gira em torno de 800 mil reais e mais da metade desse recurso acaba ficando no comércio local.

Manifestações- Caciques das 22 áreas indígenas da região de fronteira entre Brasil e Paraguai que eram assistidas pela Delegacia Regional da Funai em Amambai estão em Amambai desde a semana passada.

Eles, que estão dormindo no prédio da Funai em Amambai, cobram das autoridades e principalmente da Fundação Nacional do Índio em Brasília uma posição sobre a transferência do órgão que, segundo eles, vai prejudicar em torno de 25 mil índios guarani-kaiowá e guarani-ñhandeva que habitam na região.

Segundo as lideranças indígenas se até essa quarta-feira a Funai não se pronunciar sobre o problema, rodovias em oito municípios da região serão bloqueadas por tempo indeterminado para chamar a atenção da sociedade em geral para o problema.

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