2007-05-15 18:49:00
As exportações brasileiras de couro de couros cresceram 37% no primeiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período de 2006, aumentando de US$ 403,16 milhões para US$ 552,44 milhões, segundo dados do Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB), entidade que representa 800 indústrias de curtume em todo o País.
A cadeia produtiva do couro é um dos grandes motores da economia brasileira. O complexo industrial é formado por setores de curtumes, de calçados, de componentes, de máquinas e de artefatos de couro. A atividade movimenta receita superior a US$ 21 bilhões por ano, reúne 10 mil indústrias, emprega mais de 500 mil pessoas. Em 2006, as exportações do segmento coureiro-calçadista somaram US$ 4,5 bilhões.
O Brasil é um dos grandes produtores mundiais de couro, além de maior exportador, com embarques da ordem de 34 milhões de peças. Essa posição de destaque é explicada por diversas vantagens comparativas, a começar pela abundante oferta de matéria-prima. Afinal, o país possui o maior rebanho bovino comercial do mundo, estimado em mais de 190 milhões de cabeças.
O CICB estima que do total de couros processados no País, cerca de 50% é direcionado à indústria calçadista, 30% é absorvido pelo setor automobilístico, 10% é dirigido ao segmento do vestuário e outros 10% para a indústria moveleira.
Já no campo externo, a estratégia do setor é diversificada para aumentar as vendas a novos mercados, como Vietnã, Egito, Indonésia, Tailândia, dentre outros países. O couro brasileiro é muito apreciado no exterior, presente em mais de 35 países, entre eles Itália, China, Estados Unidos, Hong Kong, Coréia do Sul, Países Baixos, Taiwan, Malásia e Vietnã.
O Programa Brasileiro para Expansão da Exportação de Couro, também denominado Brazilian Leather, desenvolvido pelo CICB e pela Agência de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) prevê aumentar as exportações para US$ 2,4 bilhões até 2008.
Fundada em 15 de janeiro de 1957, a CICB comemorou, na última quarta-feira (9), durante o IV Encontro Nacional do Couro, em Brasília, seus 50 anos de criação. Participaram do encontro autoridades federais, parlamentares, empresários e técnicos de toda a cadeia produtiva do couro. Cinco décadas após a criação da entidade, as exportações brasileiras de couro saltaram de 19 mil toneladas embarcadas em 1956, para 400 mil toneladas exportadas no ano passado.
De acordo com o presidente do CICB, Humberto Sacchelli, é hora de qualificar a produção brasileira, investindo na criação de marcas, focando a produção de artigos de alto valor agregado e, em especial, dando ênfase à inovação. "Constato, com satisfação, de que estamos dando passos largos no caminho da valorização de nossa produção. Jamais as indústrias processadoras de couro atuaram com tamanha desenvoltura no mercado externo".