2007-04-26 17:22:00
A Justiça Federal em Mato Grosso do Sul negou a transferência para o Rio de Janeiro da ação em que traficante Luiz Fernando Costa. O pedido havia sido apresentado pela defesa de Beira-Mar no dia 22 de março, sob a alegação de o traficante já é réu em uma ação semelhante que corre na Justiça Federal daquele estado.
O juiz responsável pelo caso, Odilon de Oliveira, decidiu ontem sobre o assunto, negando o pedido, que havia sido transformado em um novo processo, embora tenha sido feito dentro da ação por lavagem de dinheiro.
O traficante hoje cumpre pena na Penitenciária Federal de Segurança Máxima de Catanduvas (PR) e tem uma “visita” a Mato Grosso do Sul prevista para breve, para participar de audiência para o depoimento de testemunhas de acusação nesse processo. Ele conseguiu no STF (Supremo Tribunal Federal) uma decisão que lhe dá o direito de acompanhar ao vivo as sessões judiciais de processos que o envolvam.
Essa possibilidade de vinda de Beira-Mar está indefinida. O juiz havia dado até o dia 19 de prazo para que a defesa dele se manifestasse sobre o interesse em que ele esteja presente à audiência e ainda nomeasse as testemunhas de defesa para dar seguimento à ação. Não houve resposta. Ontem, foi protocolada uma petição a defesa cujo teor não foi informado. O processo está com o juiz para definir o que será feito daqui para frente sobre o agendamento dos depoimentos da acusação.
Histórico- Beira-Mar é réu em uma ação criminal movida desde 2000 pelo Ministério Público Federal, que tem pelo menos mais 20 pessoas como réus. A maioria delas mora em Coronel Sapucaia, município a 396 km de Campo Grande, na fronteira com a cidade paraguaia de Capitan Bado, apontada como um dos quartéis-generais do grupo de criminosos chefiado por Beira-Mar.
A prova da ligação do traficante com pessoas da cidade é uma agenda que seria dele, com nomes de contados na região de fronteira de Mato Grosso do Sul com o Paraguai. A agenda também é uma das peças principais da ação que corre no Rio de Janeiro.