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sábado, 27 de abril de 2024

Amambai:Projeto quer prevenir poluição de canaviais

2007-04-24 01:20:00

Vilson Nascimento

Deu entrada na Câmara Municipal de Amambai, na sessão ordinária dessa segunda-feira, um projeto de lei que visa prevenir a poluição da atmosfera provocada pela queimada de lavouras de cana-de-açúcar no município.

O projeto, que é de autoria do vereador Josmair Cardoso (PR) proíbe o emprego do fogo para limpar os canaviais para o corte e prevê multas que variam de 30 a 400 mil reais para quem desobedecer, recursos esses que seriam divididos em três partes, 50% seria destinado para a Secretaria Municipal de Meio Ambiente para serem revertidos em ações de preservação ambiental, 25% para a Secretaria Municipal de Saúde para ser investido na saúde da população e 25% seria destinado à Secretaria de Assistência Social do município.

De acordo com o vereador, autor do projeto de lei, que agora vai às comissões para serem ezarado os pareceres, o objetivo da lei é prevenir, tendo em vista a larga expansão das lavouras de cana de açúcar em toda a região sul do Estado, que as queimadas das lavouras venham a poluir ainda mais a atmosfera e contribuir para o aquecimento global e para a proliferação de doenças de caráter respiratório.

“Não sou contra a expansão das lavouras de cana em nossa região, pelo contrário, defendo a vinda de uma usina de álcool e cana-de-açúcar para Amambai, mas temos que defender os o meio ambiente e a conseqüentemente a saúde da população. Sabemos que existem mecanismos para a exploração e beneficiamento da cultura sem poluir o meio ambiente e queremos que esses métodos sejam os aplicados aqui em nosso município”, disse o parlamentar.

Vantagens e Conseqüências

A queima anual dos canaviais às vésperas da colheita visa facilitar e baratear o corte manual. Com a queima a produtividade do trabalho do cortador aumenta de 2 para 5 toneladas por dia.

Os custos de carregamento e transporte também são reduzidos e aumenta a eficiência das moendas que não precisam interromper seu funcionamento para a limpeza da palha. Por outro lado, esta prática – empregada em aproximadamente 3,5 milhões de hectares – tem conseqüências desastrosas para o ambiente. Vários estudos afirmam que a queima libera gás carbônico, ozônio, gases de nitrogênio e de enxofre, além da indesejável e cancerígena fuligem da palha queimada.

Parte desses gases é reabsorvida pelos canaviais nos processos de fotossíntese e o restante polui a atmosfera, contribuindo para o chamado "efeito estufa". Já o ozônio não se dispersa com facilidade, prejudicando o sistema respiratório dos seres vivos e o crescimento das plantas.


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