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quinta-feira, 18 de abril de 2024

Empresas lucram fabricando ‘velharias’

2007-04-22 18:30:00


A tecnologia já fez muitas vítimas no terreno dos negócios. Principalmente a partir da década de 1980, com o ‘boom’ dos produtos eletrônicos, muita coisa escasseou nas prateleiras: disquetes, videocassetes, mimeógrafos, walkmans. Alguns desapareceram de vez, como controles remotos com fio. As próximas vítimas podem ser as máquinas fotográficas com filme, preteridas em favor das câmeras digitais.

Algumas empresas, no entanto, seguem fabricando o que, à primeira vista, parece já não valer mais a pena. Fizeram desses produtos um diferencial – e lucram com isso.

É o caso da gaúcha Menno, que fabrica, entre outros produtos, mimeógrafos. “É o carro chefe da linha de suprimentos para escritório da empresa”, afirma Cassiano Lumi, do departamento comercial da empresa. A produção mensal dos duplicadores chega a mil unidades, vendidas “do Oiapoque ao Chuí”, diz Lumi. Argentina, Uruguai e Paraguai também estão na lista de clientes.

Os principais compradores são escolas, professores e pessoas com baixo poder aquisitivo, “que não têm condições de adquirir ou alugar uma máquina de xerox”, diz o executivo.

A professora primária Vanessa Mourão é uma dessas usuárias. “A máquina de xerox, quando existe, não tem tinta”, diz. “Aí usamos o mimeógrafo e pedimos o estêncil e a folha de sulfite no material dos alunos”.

Música ‘à moda antiga’ A fabricante de equipamentos de som LeSon, de Osasco, na Grande São Paulo, é a única a produzir agulhas para toca-discos no país. A produção, que chegou a 6 milhões por ano nos anos 80, hoje ronda a casa dos 500 mil. Mas a empresa não pensa em abandonar. “É um senhor carro de puxar vendas”, diz Celso Taques Bittencourt, diretor operacional da empresa. “Quando um vendedor nosso chega no cliente, se ele diz que tem essas agulhas para vender, as portas se abrem”, afirma.

Bittencourt não acredita que o mercado para seu produto vá voltar a diminuir. “Quando o CD se popularizou, a agulha despencou barbaridade. Mas agora é a vez do CD cair, com a popularização do MP3. Porque quem tem toca-discos hoje é porque tem carinho por ele”, afirma.

Um dos nostálgicos consumidores de Bittencourt é Dino De Piccoli. O advogado é dono de uma vitrola – doada por um amigo. “Uso esporadicamente, quando bate a vontade de ouvir vinil”. “Mas pretendo manter (o hábito) por muito tempo. O som do vinil é particular, tem sua sonorização própria, remete ao passado”, afirma.

A também professora primária Maria Luiza Ferreira faz uso de outro produto que tem se tornado raro: fitas cassetes. “Uso no trabalho, para dar música para as crianças”. Até o ano passado, Maria Luiza usava as fitas também para lazer. “Tínhamos toca-fitas no carro, então tudo eu passava para fita. Mas trocamos o carro, então não faço mais isso”, conta.

Mesmo com a troca dos toca-fitas pelo CD player, o mercado para as fitas magnéticas continua grande. Na Videolar, que fabrica fitas cassetes desde 1988, a produção vem decrescendo ao longo dos anos, mas ainda é expressiva. A empresa fabrica, hoje, 700 mil fitas para áudio todos os meses.

O produto iniciou as operações em larga escala da empresa e hoje é fabricado ao lado dos seus "concorrentes". Segundo o gerente comercial da Videolar, Mauricio Manzato, as fitas magnéticas representam hoje em torno de 2% do faturamento do segmento de mídias virgens da companhia – que incluem CDs e DVDs graváveis.






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