2007-04-09 10:40:00
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva completa na terça-feira (10) cem dias do segundo mandato sem conseguir ainda solucionar um dos maiores problemas do seu governo – a dificuldade gerencial de transferir os seus projetos do papel para a ação. O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), mal começou a ser votado. Na Casa Civil, já se admite que 9% das 50 obras de infra-estrutura que integram o pacote podem acabar não saindo do papel.
Lançado em 22 de janeiro, o PAC começa a tropeçar nos costumeiros problemas gerenciais e políticos do governo, agravados por questões do Congresso – como a briga pela instalação da CPI do Apagão Aéreo e a obstrução da pauta de votações. Mais de dois meses depois do anúncio do programa, as medidas provisórias que integram o pacote mal começaram a ser votadas.
Nos primeiros três meses do segundo mandato, essa confusão gerencial certamente foi mais percebida com a crise no setor aéreo. Ela é responsável pelo caos instaurado nos aeroportos brasileiros desde outubro de 2006 e sintetiza um estilo de tomada de soluções que parecem satisfatórias no momento, mas acabam sem resultado.
“É muita conversa e pouca ação”, avalia o líder da minoria na Câmara, Júlio Redecker (PSDB-RS). “O governo do PT do presidente Lula é assembleísta. Tem pouca atitude”, atacou o deputado tucano. “E isso se nota claramente nos problemas não resolvidos, como é o caso do apagão aéreo.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.