2007-04-07 07:55:00
A Vigilância Sanitária e a Secretaria Municipal de Saúde de Santo Antônio da Platina (PR) vão analisar amostras das sobras de alimentos que foram servidos para cerca de 200 crianças em uma entidade beneficente na quarta-feira (4) e que resultou em uma intoxicação alimentar. Segundo Alexandre Jesus Levatti, diretor da secretaria, cerca de 80 crianças e dez adultos permanecem internados nos dois hospitais da cidade. Ninguém corre risco de morte.
Levatti informou que a principal suspeita da prefeitura é que todos tenham sido contaminados por salmonela – uma bactéria que está presente naturalmente no intestino das aves e que pode contaminar os ovos – durante um almoço de confraternização, preparado pelo Lar Jesus Adolescente, entidade que atende crianças carentes fora do período de aula. O almoço foi servido em duas etapas: um às 11h e outro às 16h.
"Cozinheiras e funcionárias do lar nos informaram que usaram maionese industrializada para preparar o almoço das crianças da turma da manhã e ovos e óleo doados para produzir a maionese totalmente caseira que foi servida à tarde. E nós percebemos que as pessoas que passaram mal são pessoas que comeram o almoço servido às 16h. Provavelmente a contaminação ocorreu na hora de quebrar esses ovos para fazer a maionese", afirmou o diretor da secretaria de saúde.
Sintomas semelhantesA suspeita da contaminação dos alimentos pela salmonela surgiu por causa dos sintomas que as crianças e os adultos apresentaram horas após terem ingerido a maionese: "Eles tiveram vômito, diarréia, dor de cabeça, febre e dor no corpo. Todos esses sintomas são observados numa contaminação por salmonela. E os sintomas permanecem por cerca de três dias", disse Levatti.
Segundo Levatti, desde a manhã de quinta-feira (5), cerca de 120 pessoas apresentaram os sintomas e procuraram os dois hospitais da cidade e pelo menos 90 continuam internadas. Todas estão sendo medicadas com soro para hidratação e com antibióticos. A previsão é que recebem alta entre 24 horas e 36 horas.
A prefeitura coletou amostra das fezes dos pacientes e amostras do bolo, do frango e do arroz que foram servidos no almoço de confraternização para analisá-los e descobrir a causa real da intoxicação alimentar. Como não sobrou maionese, o diagnóstico será feito por exclusão. "Vamos analisar as fezes dos pacientes e analisar os alimentos que sobraram. Se nenhum deles estiver contaminado, a única explicação será a maionese", disse Levatti.
FatalidadeDe acordo com Levatti, inicialmente, o Lar Jesus Adolescente não será multado pela contaminação, mas os funcionários devem passar por uma palestra sobre cuidados ao manipular um alimento. "O lar é uma entidade de caridade e recebe muitas doações. Provavelmente foi uma fatalidade o que ocorreu", afirmou.
