2007-04-07 08:21:00
Desafiada pelo namorado, que a acusou de ser "pornofóbica", a escritora Ayn Carrillo-Gailey visitou sex shops, viu shows eróticos e assistiu a vídeos de sexo explícito. Tudo para provar que ele estava errado.Enfim, se embrenhou tão profundamente nesse universo que sua experiência acabou virando um livro, "Pornology", que deve sair este mês nos Estados Unidos. A idéia é encorajar mulheres bem-comportadas a se aventurarem nesse campo censurado – em vez de se esconderem envergonhadas embaixo dos lençóis. Para iniciantes, a dica é começar pelas fitas pornôs, disponíveis na maioria das locadoras e unanimidade entre os homens.
Esses filmes, segundo especialistas, podem, sim, despertar novos desejos e esquentar camas que andam mornas – embora não sirvam de remédio para problemas sérios de relacionamento. "Eles funcionam como um espelho. O casal projeta a sua transa na dos personagens, tem vontade de experimentar coisas novas e se sente mais à vontade para superar tabus pessoais", diz o sexólogo Oswaldo Rodrigues.
Foi para fugir da mesmice que a consultora de empresas Sueli Oliveira recorreu com o namorado às locadoras. "Só de alugarmos um desses DVDs já ficamos excitados", diz ela. "Mas não gosto dos filmes cheios de loiras falsas que nem parecem de verdade."
É comum, aliás, as mulheres preferirem uma pornografia, digamos, mais light, com enredos que tenham pelo menos um pingo de romance. "Em geral, o que elas esperam é assistir a uma novela com cenas de sexo", diz Denise Sato, da sex shop Love Place, em São Paulo, voltada para o público feminino. Ainda assim, para o psicólogo Ailton Amélio da Silva, professor de relacionamento da Universidade de SãoPaulo, é possível criar um clima gostoso em cima de fitas eróticas. "Vale tudo para estimular a sexualidade."