2007-03-25 12:19:00
Vilson Nascimento
Sem redutores de velocidade e sinalização às margens da rodovia indicando a presença de pedestres na pista, os agricultores sem-terra, sobre tudo as crianças do “Acampamento Cachoeira” situado à cerca de 25 quilômetros de Amambai, na divisa entre os municípios de Amambai e Tacuru, convivem diariamente com iminentes riscos de morte por atropelamento.
A maior parte do acampamento, que segundo as lideranças, abriga em torno de 200 famílias, está situado às margens de um trecho de longa reta da MS 156, onde os veículos e agora com a colheita da safra, carretas carregadas passam em alta velocidade colocando em iminente risco os moradores da localidade que transitam pela pista de rolamento da via de um lado para o outro para buscar água e realizarem outras atividades.
Sem local seguro para brincar, as crianças ignoram o alerta dos pais para o perigo e utilizam o asfalto da rodovia, colocando as próprias vidas em risco.
Para os moradores do acampamento, que lutam a mais de um ano e meio por cerca de 5.700 hectares de terra da Fazenda Cachoeira situada na região do acampamento, cujas negociações para a desapropriação estão “enroscadas” em tramites burocráticos, segundo os lideres do movimento, a situação no local é de extrema preocupação, porém, sem terem para onde ir, já que aguardam a decisão sobre a aquisição das terras para ganharem seus lotes e começarem a produzir, todo submetem os filhos e a si mesmo ao perigo constante.
Impasse-Segundo o coordenador do grupo de acampados, Leocir Rosalino, a implantação de redutores de velocidade tipo quebra-molas e de placas sinalizando o acampamento e a existência de pedestres na pista são antigas, porém até agora o pedido dos agricultores não foi atendido pela Agesul, (Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos), órgão responsável pela manutenção e sinalização das rodovias estaduais em Mato Grosso do Sul.
“Temos as placas prontas. Só precisamos da autorização da Agesul para realizar a sinalização”, disse Leocir ao ressaltar que já houve atropelamento com vítima no local e para evitar que novos atropelamentos venham a acontecer seriam necessária a implantação de no mínimo quatro redutores de velocidade no trecho que aproximadamente 1.200 metros de rodovia que corta o acampamento.
Uma comissão de moradores do acampamento procurou, na semana passada, a direção regional da Agesul em Amambai para discutir a segurança no trânsito no local, mas o diretor interino do órgão estadual não foi encontrado.
Procurada pela nossa reportagem a Agesul informou que a implantação de quebra-molas no trecho reivindicado pelos agricultores acampando é impossível por ferir as normas legais exigidas pelo DNIT (Departamento Nacional de Infra-Estrutura e Transportes).
Há duas semanas um ônibus de passageiro que transitava pela rodovia, ao ser fechado por uma caminhonete, saiu da pista e quase atropelou uma família inteira no citado acampamento de agricultores sem-terra.
Mais fotos no quadro Holofote ao lado.