2007-03-12 09:48:00
Diferente da falta de atitude no governo anterior nos bloqueios de rodovias em Mato Grosso do Sul, o governador André Puccinelli (PMDB) exigiu providência imediata da Polícia Militar para o desbloqueio da BR-262, na última sexta-feira, dia 9, pelos sem-terra. Várias autoridades que representam classes prejudicadas com as interrupções de rodovias feitas pelos sem-terra apoiaram a ação.
André acionou o chefe do Estado Maior, Coronel Davi, e determinou urgência e firmeza na operação. Com a chegada de mais de 100 policiais na rodovia, os sem-terra desbloquearam rapidamente a rodovia, sem necessidade de truculência. O governador assegurou ao Midiamax que "vai usar a PM para impedir o bloqueio de estradas e assegurar o livre trânsito de pessoas e mercadorias".
O secretário de Turismo de Bonito, Augusto Barbosa Mariano, apóia a atitude do governador André Puccinelli (PMDB) em cumprir a lei e liberar as rodovias bloqueadas pelos sem-terra. Ele afirmou que o bloqueio das vias prejudica diretamente o turismo, que é a principal atividade econômica da cidade.
Ele explica que mais de 2,3 mil empregos com carteira assinada dependem do turismo, além de dois mil informais que também atuam no meio em Bonito. Mariano ressaltou que é contrário à violência, mas avalia que o Governo deve primeiramente procurar o diálogo e caso a rodovia não seja liberada partir para os meios legais.
“Não sou contrário às reivindicações dos sem-terra, mas acho que eles devem procurar outras maneiras de fazer seus pedidos e não bloqueando as rodovias e afetando outras pessoas”, explica. Ele destacou a atitude do governador André e salientou que no ano passado o turismo de Bonito foi muito afetado porque nenhuma atitude era tomada para que os sem-terra liberassem as rodovias bloqueadas. Mariano explica que o bloqueio das rodovias causa uma impressão ruim do Estado nacional.
Rodovias
Somente no ano passado, pelo menos 30 rodovias foram bloqueadas pelos sem-terra em Mato Grosso do Sul e três fazendas invadidas. Em 2006 foram fechadas as rodovias estaduais: MS-178, em Bonito; MS-389, em Bodoquena; MS-395, que liga Tacuru a Iguatemi; MS-156, que liga Tacuru a Amambaí, MS-276, próxima a Anaurilândia; MS-141, em Novo Horizonte do Sul; MS-164, que liga Dourados a Ponta Porã; MS-134, perto do Distrito de CasaVerde, em Nova Andradina; MS-276, em Nova Andradina; MS-185, entre Bodoquena e Bonito, e MS-162 que liga Nova Andradina a Ivinhema.
Eles também bloquearam as rodovias federais: BR-262, em Miranda e em Campo Grande; a BR-487, entre Itaquiraí e Naviraí; a BR-267, em Bataguassu; além de vários trechos da BR-163, em Campo Grande, Eldorado e Mundo Novo.
Os sem-terra invadiram três fazendas no ano passado. A primeira delas do grupo Someco (Sociedade de Melhoramentos e Colonização Agropecuária Japema), em Novo Horizonte do Sul. Ainda, os sem-terra invadiram a fazenda Chifre de Veado, em RioBrilhante, onde acabaram deixando a área pacificamente após cerca de dois meses de invasão, e a fazenda Macaco, em Angélica, onde eles também deixaram a área.
A situação mais crítica foi na fazenda Macaco, onde os sem-terra chegaram a causar prejuízo superior a R$ 2 milhões. Os manifestantes queimaram duas mil mudas de cana-de-açúcar que iriam ser plantada na propriedade. Hoje, o grupo ligado ao MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra) e a FAF (Federação dos Trabalhadores da Agricultura Familiar) permanecem acampados nas proximidades da fazenda.
Os donos da área, Kennedy e Hercules Ulian, chegaram a entrar com pedido de reintegração de posse solicitando intervenção da União para recuperar a área. Foi pedida a prisão do ex-secretário de Justiça e Segurança Pública, Raufi Marques, devido à falta de providências quanto a desocupação.
