2007-03-09 16:47:00
Antonio Luiz/Sérgio da Luz
Após três anos decepcionantes, parece que finalmente os sojicultores do Mato Grosso do Sul terão todo o seu trabalho e investimento recompensados com uma boa safra que lhes permitirá uma certa folga no orçamento e na maioria dos casos na quitação de débitos contraídos junto aos agentes financeiros nos anos de carestia. Mas, há uma ressalva a ser feita: Mesmo com a alta produtividade, a tendência é a manutenção de preços insatisfatórios no mercado internacional, agravada pela política cambial do governo que desvaloriza o dólar. É provável que, para muitos, a receita obtida com a boa safra seja insuficiente para honrar os compromissos, mas em todo, caso sempre será melhor do que as últimas colheitas. Até porque, outra frustração de safra levaria a uma quebradeira geral em todos os segmentos econômicos da região de Amambai.
Segundo o técnico agrícola Sérgio Costa Curta, felizmente tivemos uma temporada de chuva, a melhor dos últimos dez anos, na época certa. Entretanto com a crise dos últimos anos, houve uma significativa redução da área plantada, caindo para 29 mil hectares no município de Amambai, quando já foram cultivados 36 mil hectares em anos anteriores.
Conforme Costa Curta, a produtividade média do município nos últimos anos em safras normais foi de 51,2 sacos por hectares. Os últimos três anos, essa produtividade caiu pela metade. A expectativa, tanto do técnico agrícola quanto dos produtores, é que se retorne à média histórica de Amambai.Ou seja, um total de produção de 1,5 milhões de sacas de soja.
O Presidente do Sindicato Rural de Amambai, ele mesmo um sojicultor, expressa sua satisfação em constatar que finalmente os produtores que ele representa terão um ano, senão de completa bonança, pelo menos dentro de padrões normais.
Em Aral Moreira – A cidade de Aral Moreira uma das mais produtoras de grãs do Mato Grosso do Sul, vive a expectativa de uma ótima colheita para a safra 2006/2007. Conforme informações do Sindicato Rural da cidade há a expectativa de se colher 245,500,000 toneladas.
Foram plantadas 85 mil hectarie de soja e 7.500 hectarie de milho produtos que já estão entrando no período de colheita. O vem e vai de caminhão esse ano promete ser intenso por causa da colheita, que devido ao clima favorável tem animado os produtores.
Com o fim da colheita em áreas onde a lavoura antecipou o grão, vem o período normal de colher a produção no início do mês de março.
Assim como em todo o Conesul do estado, os produtores sofrem com as péssimas condições das estradas, que com as chuvas e a falta de manutenção tem piorado as condições de tráfegos “sempre foi assim” disse Edinete Antunes Secretária Executiva do Sindicato Rural de Aral Moreira, ao lembrar que todos os anos os produtores sofrem perdas em sua rentabilidade devido às péssimas condições de escoamento da safra.
Para Edinete com a safra 2006/2007 os produtores poderão “suspirar” em relação às dívidas vindas das três últimas safra, mas alerta “tudo irá depender de uma boa colheita, acompanhado de um bom preço, mas tem que ser lembrado que há os custo de plantio e os pagamentos dos créditos atuais e os prorrogados”.
Segundo os cálculos do Sindicato Rural se o preço da soja se mantiver entre os 26,27 reais a saca, haverá sim um lucro, mas nada que lembre os bons tempos da soja se o valor da saca ficar menos de 20 reais os produtores terão prejuízos, o ideal seria se o valor chegasse a 35,36 reais a saca.
Números no estado – Em todo o Mato Grosso do Sul apenas 6% da produção prevista, de 4,6 milhões de toneladas foram colhidas até o momento, o motivo são as chuvas constantes no Estado, informações cedidas pela Granos Corretora de Grãos em Campo Grande.
O Presidente da Associação dos Produtores de Sementes do Mato Grosso do Sul, Carmélio Romano Ross afirma que com a trégua da chuva a colheita será mais acelerada. “O que esperamos é que os preços que estão em um bom nível sejam mantidos, que oscilam de R$ 27,50 chegando a R$ 29,00 por saca de 60 quilos”, disse o presidente.
Até a semana passada a soja plantada em Mato Grosso do Sul 95% estavam em estágio de floração, 84% enchimento de grãos, 26% maturação. Quanto às condições do grão 57% estavam em excelentes, 33% boas e 9% em condições regulares. Uma situação mais confortável que na safra passada, quando 47% estavam em condições excelentes, 37% boas, 12% regular, 2% ruins, 1% muito ruins. As chuvas também favorecem a ocorrência de ferrugem da soja. São 613 ocorrências em lavouras de Mato Grosso do Sul, número que fica atrás apenas do registrado no Paraná. Quanto ao milho, 33% da área plantada já estão colhidos. Do total 60% são considerados excelentes, 27% bons, 12% regulares e 1% ruim.
