2007-03-08 07:23:00
Vilson Nascimento
A falta de conscientização da população que insiste em “lavar as mãos” para o problema, mesmo tendo amplo conhecimento do perigo que representa o mosquito transmissor devido às freqüentes campanhas educativas realizadas e a farta divulgação pelos meios de comunicações, tem feito aumentar os casos de Dengue a ponto de se tornar uma “epidemia” em todo o Estado.
Agentes epidemiológicos trabalham diuturnamente para combater o Aedes Aegypti, o mosquito transmissor da doença e eliminar seus berçários de reprodução, ou seja, água limpa e parada, mas sem o apoio dos principais interessados, a própria população de forma em geral, a batalha está se tornando cada vez mais difícil e o homem, o mais inteligente dos animais, está sucumbindo aos pés de um minúsculo inseto de origem africana que vive apenas 45 dias, mas tem capacidade de produz em média 150 ovos e conseqüentemente o mesmo número de sua espécie a cada 48 horas, caso encontre ambiente propício.
O Descaso-Dois dias após a morte de um rapaz de 17 anos com suspeita de ter contraído Dengue Hemorrágica a versão fatal da doença (cujos exames laboratoriais teriam dado negativo para a doença) e um dia após o Setor Epidemiológico da Secretaria de Saúde da Prefeitura de Amambai atualizar o quadro de notificações da doença no município que era de 29 para e passou para mais de 40, nossa reportagem acompanhou, na manhã do último sábado, um trabalho de prevenção desencadeado pela Secretaria de Saúde e pelo Setor de Epidemiologia da Prefeitura na região do Conjunto Habitacional Nossa Senhora Aparecida e se deparou com cenas assustadoras.
Durante o trabalho, que foi acompanhada pelo secretário de saúde do município, João Ramão Pereira Ramos, foram encontradas inúmeras larvas do mosquito e uma grande quantidade de ambientes propícios para a reprodução do inseto, entre eles, pneus com água ao relento, vasilhas com água empossada e até mesmo sacolas plásticas jogadas em locais sombrios com água das chuvas acumuladas, um berçário perfeito para a proliferação do mosquito que em determinados caso pode ser mortal para o ser humano, sua principal vítima.
Segundo O setor de Epidemiologia da Prefeitura de Amambai cenas como essas não são raras e acontecem em todos os cantos da cidade, porém são registradas com maiores freqüências em bairros periféricos.
A Secretaria de Saúde e o Setor de Controle de Vetores de Amambai pedem a colaboração e a compreensão da população para não jogar lixo em terrenos baldios visando evitar o acumulo de água de chuva e criar novos berçários para o mosquito, bem como manter seus quintais limpos e sem água parada.
“Esse é um problema de todos nós. Temos que trabalhar em conjunto para combater o mosquito e toda a população pode dar sua parcela de contribuição”, disse o secretário de saúde da Prefeitura de Amambai João Ramão ao informar que a cada caso notificado o setor de Controle de Vetores toma as medidas preventivas da praxe, ou seja, o bloqueio imediato do perímetro, inclusive com ações de extermínio de mosquitos e possíveis larvas.
Inseto Resistente-Segundo o Setor de Epidemiologia da Secretaria de Saúde de Amambai os ovos posto pela fêmea do Aedes Aegypti sobrevivem até 450 dias sem água para a reprodução e ao receber água em três dias realiza a fecundação e em seguida a larva já se transforma no mosquito.
Diante da situação é recomendável que se elimine, também, qualquer ambiente que possa empoçar água no futuro, mesmo que esteja seco, haja vista que o Aedes Aegypti é capaz de se reproduzir até mesmo em uma tampa de garrafa que venha a acumular água.
