2007-02-17 10:54:00
Grávida de oito meses do quarto filho, a dona-de-casa Maria Adelaide Azevedo, 41 anos, sentiu-se mal na manhã de sexta-feira (16) e procurou atendimento médico em um posto de saúde no centro de São Jerônimo, no Rio Grande do Sul. Com pressão alta e edemas nas pernas, a gestante foi encaminhada pelo médico a um hospital. Mas acabou esquecida dentro da ambulância e deixada em uma oficina mecânica de Charqueadas.
Pouco antes das 8h, quando começam os atendimentos no posto, Maria Adelaide já aguardava para ser vista pelo médico. O ginecologista e obstetra Helio André Redecker, depois de examiná-la, resolveu encaminhar a paciente para o hospital do outro município. "O quadro dela não era grave, mas precisava ser investigado", explicou o médico.
A ambulância que buscou a dona-de-casa no posto chegou a passar no hospital, mas seguiu viagem sem abrir as portas para que ela descesse e acabou parando em uma oficina mecânica de Charqueadas. Maria Adelaide estranhou a demora, mas pensou que estivesse sendo levada para Porto Alegre. Apenas depois de algum tempo, ela resolveu descer da ambulância e perguntar o que estava ocorrendo. Foi quando o mecânico descobriu que o veículo não estava vazio.
Maria Adelaide acabou chegando ao hospital de São Jerônimo por volta das 11h30min, de táxi. Apesar da trapalhada, mãe e filho passam bem. "Imagina se ela tivesse dormindo ou mesmo desmaiada. Quanto tempo ficaria dentro da ambulância? Ela poderia ter entrado em trabalho de parto, tido uma crise hipertensiva ou se desidratar. Ainda bem que não deu nada errado, mas é um descaso grande com o ser humano", disse Redecker.
Ao ser comunicada sobre o episódio, a Secretaria da Saúde de São Jerônimo pediu desculpas à gestante. Nos próximos dias, a prefeitura deve abrir uma sindicância para apurar a responsabilidade do motorista e dos responsáveis pelo setor de transportes da secretaria no caso
