2007-02-10 10:34:00
O governador André Puccinelli (PMDB) e o O secretário de Defesa Agropecuária do Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), Gabriel Alves Maciel, reúnem-se neste sábado, a partir das 8h30, na sede da Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária do Mato Grosso do Sul) ou na Governadoria, o local ainda não foi confirmado, para discutirem as regras da zona tampão na fronteira do Estado com o Paraguai. O objetivo dos governos federal e estadual é criar uma área de proteção contra a febre aftosa no território brasileiro.
A medida é uma das exigências da OIE (Organização Mundial de Saúde Animal) para que o Estado volte a ser considerado como livre da doença com vacinação, o que permitirá seu reingresso no comércio internacional de carne bovina. Além de ambos, vão participar da reunião o diretor do Departamento de Saúde Animal do Mapa, Jamil Gomes de Souza, e representantes dos pecuaristas sul-mato-grossenses e dos sindicatos rurais estaduais.
Há um consenso entre os setores público e privado que o MS precisa tomar medidas preventivas para proteger o seu rebanho bovino – o segundo maior do País, com cerca de 26 milhões de cabeças. A fronteira do Estado com o Paraguai tem 1.104 quilômetros – 409 quilômetros de fronteira seca e 695 fluvial.
Os governos federal e estadual, adiantou Maciel, estão avaliando medidas compensatórias para evitar prejuízos aos pecuaristas que tenham fazendas na região fronteiriça do MS com o país vizinho. “Os governos estão estudando uma forma de compensação como medida para impedir possíveis prejuízos”, disse o secretário da Defesa Agropecuária, explicando que na zona tampão o trânsito de animais e seus produtos é controlado rigorosamente para que não haja propagação da doença.
Descarte
Ontem o governador garantiu que a OIE teria descartado a necessidade de criação de uma zona tampão em Mato Grosso do Sul em virtude dos focos de febre aftosa registrados nos municípios da região sul do Estado em outubro de 2005. Ele explicou que a informação foi repassada por telefone pelo presidente do Conselho Extraordinário de Relações Nacionais e Internacionais para o Desenvolvimento Econômico do Estado, Marcus Vinícius Pratini de Moraes.
Segundo o governador, Pratini reuniu-se com um dos diretores da OIE, Bernard Ballard, em Paris, na França, onde se encontrava ontem. Puccinelli confirmou que será mantida a interdição sanitária de Eldorado, Japorã e Mundo Novo em virtude da constatação da circulação viral nesse municípios, segundo estudo feito de outubro do ano passado e janeiro deste ano e que envolveu 11,4 mil amostras de 444 propriedades.
O restante da faixa de fronteira, ainda segundo Puccinelli, será uma área de vigilância epidemiológica que o próprio governo do Estado ficará responsável. “Essa área de vigilância é porque há suspeita da presença do vírus, mas nada foi detectado pelas autoridades sanitárias”, informou, explicando que nessa área não será proibida a relação comercial de animais e de carne.