2015-07-02 10:07:00
Ex-dirigentes, ex-árbitros e ex-atletas lançaram nesta quarta-feira um manifesto pedindo transparência e democratização na gestão do futebol sul-mato-grossense. Intitulado "Mutirão Pró-Futebol", o grupo é encabeçado pelo ex-zagueiro e técnico Amarildo Carvalho. O grupo pretende fazer uma série de ações com objetivo de alertar as autoridades e a comunidade em geral sobre o processo de sucessão à presidência da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul (FFMS). "Incomodar", "fazer barulho" e "reerguer o futebol estadual" são algumas das bandeiras hasteadas pelo mutirão.
O manifesto recebeu assinatura de nomes como Alfredo Zamlutti Júnior, ex-presidente da FFMS, e do narrador esportivo e ex-presidente do Comercial-MS, Arthrur Mário. A primeira medida do grupo foi a criação de um fórum permanente de discussão.
O principal alvo das críticas é a atual gestão da federação, com Francisco Cezário de Oliveira à frente desde 1999. A entidade anunciou em junho que reformou o estatuto para limitar a reeleição, e com isso Cezário pode concorrer mais uma única vez em 2019, quando se encerra o mandato atual.
– Nunca houve democracia nem transparência nas eleições da federação nos últimos 20 anos, só aclamação. Eles dizem que colocaram fim à reeleição, mas não foram eles que aprovaram. Apenas adequaram o estatuto ao que diz a Lei Pelé – afirma Arthur Mário, que tentou concorrer à presidência da entidade em 1998.
Outro que se diz prejudicado na tentativa de concorrer ao cargo foi Amarildo, só que mais recentemente, no ano passado. À época, um dos requisitos para montar chapa era ter o apoio de clubes profissionais e ligas amadoras – tarefa que o ex-jogador tentou, sem obter sucesso.
– Vivemos em um país democrático, com direito à liberdade de expressão, e também temos o direito de disputar um cargo como esse. Quero ter o direito de, quando tiver eleição, poder montar minha chapa. Essa é minha indignação. Tenho minha vida toda dentro do futebol, com experiência dentro e fora de campo – declarou Amarildo.
Zamlutti também não poupou palavras para criticar a atual gestão da FFMS e ilustrou como um dos principais problemas a decadência do estádio Morenão, erguido em 1971 mas que atualmente não pode receber jogos oficiais devido ao risco à segurança dos torcedores.
– Quando passo em frente ao Morenão e vejo o estádio daquele jeito… é um crime. A universidade federal não pode dizer que não tem verba, porque os alunos utilizam o espaço. Acho que a hora é de aproveitar o governo novo para que se fechasse um convênio, e voltarmos a utilizar o estádio para o futebol. Temos que tomar posição – disse o ex-cartola, atual presidente da Federação das Associações Comerciais e Industriais de Mato Grosso do Sul (FAEMS).