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quinta-feira, 28 de março de 2024

CIMI denuncia violência contra índios de MS

2007-08-04 10:34:37

O Conselho Indigenista Missionário (Cimi) definiu nesta sexta-feira (3), durante encontro nacional em Luziânia (GO), que a demarcação e proteção de terras indígenas será a principal luta nos próximos dois anos. O Cimi também denunciou a violência contra lideranças indigenistas em Mato Grosso do Sul.

Em carta aberta elaborada no encerramento do evento, o Conselho informa que em 2007 foram assassinadas 21 lideranças Guarani Kaiowá e Terena no estado. Segundo o documento, em MS “a violência tem características de genocídio”.

O documento inclui críticas ao governo por não ter aprovado ainda o Estatuto dos Povos Indígenas, que está no Congresso Nacional há mais de 12 anos, e por falta de atenção à saúde nas aldeias. Desde segunda-feira (30), missionários e lideranças indígenas discutiram os rumos da instituição, que é ligada à Igreja Católica e atua na defesa dos direitos indígenas.

O bispo da Prelazia do Xingu, Erwin Kräutler, foi eleito presidente do Conselho, que completa 35 anos. Ao final do encontro, o Cimi apontou como responsáveis por “atropelar os direitos indígenas” o agronegócio, o desmatamento e o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do governo federal. “São fatores que paralisam a demarcação de terras e mantêm a concentração fundiária”, diz o documento, acrescentando que ante esses problemas, as políticas indigenistas governamentais, o preconceito e a discriminação da sociedade não são capazes de proteger os índios.

Entre as estratégias definidas pelo Conselho para os próximos anos estão ainda o fortalecimento da soberania alimentar, a geração de renda nas comunidades e ações de proteção aos povos indígenas em situação de isolamento.

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