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Formados, trabalhando e sem renda: são 267 mil em MS nessa situação

2018-04-20 15:38:00

As pessoas mais preparadas para o mercado de trabalho foram as que mais engrossaram a parcela dos que exercem algum tipo de atividade não remunerada em Mato Grosso do Sul. No total havia, no ano passado, 1,93 milhão de sul-mato-grossenses com 14 anos ou mais que se dedicavam, exclusiva ou parcialmente, a algum trabalho sem renda. São quase cem mil a mais, número fomentado, sobretudo, pelos que têm curso superior.

Os dados são da PNADC (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua), do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que considera “outras formas de trabalho” (sem remuneração) os afazeres domésticos, a produção para o próprio consumo, cuidado de pessoas e atividade voluntária.

Em Mato Grosso do Sul, 1,832 milhão reservaram parte ou todo o dia para algum desses trabalhos em 2016. No ano seguinte, esse universo cresceu em 99.398 pessoas. Por nível de instrução, os que têm curso superior completo apresentaram a alta relativa mais acentuada, de 23,77%: eram 215.935 em 2016 e 267.277 em 2017 exercendo alguma atividade não remunerada.

As demais variações foram as seguintes: ensino médio completo e superior incompleto (9,75%, de 511.144 para 561.018), fundamental completo e médio incompleto (7,36%, de 323.222 para 347.016) e sem instrução e fudamental incompleto (-3,27%, de 782.315 para 756.703). 

"DanielDaniel Amorin acredita que desemprego, maior número de autônomos e facilidade de acesso a universidades estão entre os fatores (Foto: Facebook)

Análise – Desemprego, aumento da informalidade ou da atividade como autônomo, maior acesso ao ensino superior e mudanças nas regras trabalhistas e na organização das famílias, são algumas hipóteses listadas pelo economista Daniel Amorin, da empresa de consultoria Datasight, para o crescimento do número de pessoas formadas em atividades não remuneradas.

“Nos últimos anos, os programas de governo maximizaram o ingresso no ensino superior”, nota o economista. Com o avanço do desemprego, parte desse número crescente de diplomados também saiu do mercado formal. “Ou ficaram sem trabalho ou se tornaram autônomos. Em todo o caso, passaram a ter mais tempo para outras atividades”, observa.

Essa jornada de trabalho mais flexível tende a se intensificar com as mudanças nas regras trabalhistas, conforme acrescenta Daniel Amorin. Na nova legislação, há a modalidade do trabalho intermitente, com remuneração por hora.

Outra mudança é na organização das famílias, segundo nota o economista. “Os jovens estão ficando por mais tempo em casa. Assim, passam a exercer mais os afazeres domésticos ou até mesmo a cuidar dos pais, que vão ficando idosos”, afirma.

Ele acredita, ainda, que há interesse maior das pessoas por trabalhos voluntários por segmentos. “Por exemplo, há os que gostam de bichos e aderem a alguma entidade, fazendo atividade voluntária em defesa dos animais”, exemplifica.

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