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quinta-feira, 28 de março de 2024

Paraguai fecha o cerco e sobra para MS proteger as fronteiras

2018-03-16 18:02:00

O Paraguai intensifica a fiscalização na fronteira para conter o avanço do crime organizado, como forma de garantir mais segurança e melhorar a imagem do país, para atrair mais investidores estrangeiros. Neste sentido, a linha internacional tem sido saturada com equipes policiais, obrigando os criminosos a recuar.

Aqueles que fogem do cerco policial têm como opção entrar no Brasil por território sul-mato-grossense, aumentando os problemas do Estado que, em contrapartida, se vê no dever de realizar operações por meio de forças-tarefas com unidades especializadas, como o Departamento de Operações de Fronteira (DOF), uma vez que o Governo Federal se mostra negligente com a questão.

Desde a morte do policial civil Wescley Dias Vasconcelos, ocorrida no último dia 6, em Ponta Porã, cuja motivação pode estar relacionada com interrogatório de integrantes da facção Primeiro Comando da Capital (PCC) no país vizinho, a Secretaria Nacional Antidrogas do Paraguai (Senad) realizou várias operações. Em Caaguazú, na quarta-feira, foram destruídos 23 hectares de plantação de maconha. A droga seria enviada a grandes centros brasileiros.

Neste mesmo dia, houve ação conjunta com as polícias Federal, Militar e Civil, na busca pelos suspeitos da morte do policial. Antes disso, no dia 8, foram apreendidas 18 toneladas em acampamento em Azotey, ponto de distribuição de crack em Ypané. No dia 9, houve a apreensão de 6,9 toneladas de maconha em Bella Vista Norte, armas e munições em shopping em Ciudade Del Este, e inúmeras outras ações que repeliram criminosos.

DINÂMICA

Deste modo, os investigados, boa parte deles brasileiros, principalmente aqueles com cargo de chefia nas organizações, se vêem encurralados, obrigados a voltar para o Brasil. Esta dinâmica do crime organizado sobrecarrega as forças de segurança de Mato Grosso do Sul, já que a fronteira aberta, sem a presença adequada das tropas federais, torna o caminho acessível. Apesar de entregar bons resultados, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e a Polícia Federal carecem de efetivo adequado. Além disso, as forças armadas também não têm a mesma capacidade de outrora.

SEGURANÇA

Este cenário preocupa o governador Reinaldo Azambuja. Durante agenda pública na manhã desta sexta-feira, ele reiterou o descaso da União com as fronteiras, e disse que a solução mais eficaz seria o fechamento da linha internacional.

Ontem, o secretário estadual de Justiça e Segurança Pública, Antônio Carlos Videira, esteve em Brasília (DF) para encontro com o ministro Extraordinário de Segurança Pública, Raul Jungmann, entretanto, o ministro não participou da agenda e foi para o Rio de Janeiro, aumentando ainda mais a preocupação do governador.

"Não precisamos mais de reunião sobre fronteira. O que precisamos agora é de ação. O Governo Federal tem que entender que se não houver uma rápida intervenção, vai acontecer o que vemos nas grandes cidades, que é o poder público perdendo a guerra para o crime organizado e o tráfico de drogas", disse Azambuja.

Segundo o chefe do Executivo estadual, as polícias Civil e Militar, por meio de suas equipes especializadas, estão prontas e preparadas para auxiliar a união na segurança das fronteiras, mas não podem assumir tais responsabilidades sozinhas, como tem sido. "Hoje quem cuida da fronteira é o DOF e nossa polícia rodoviária. Vamos ver se montam o núcleo de fronteira que já foi prometido por quatro ministros e que nenhum deles cumpriu", pontuou.

O governador reconhece o esforço de corporações como a PRF e a PF, principalmente no aumento do número de apreensões de drogas, mas reconhece que as unidades foram enfraquecidas e que é preciso investimento. "Temos que fechar a fronteira. É preciso a presença sistemática das forças federais para diminuirmos o poderio econômico do crime organizado. Eles são sustentados pelo tráfico de armas e drogas". 

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