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quinta-feira, 18 de abril de 2024

Em Mato Grosso do Sul, número de queimadas neste ano é maior desde 2011

2017-07-29 12:23:00

A quantidade de incêndios em Mato Grosso do Sul em 2017 é a maior desde 2011 e o supera em 192,5%. Dados do Programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram que há seis anos, o Estado registrou 655 casos nos sete primeiros meses, mas em 2017 já acumula 1.916 no mesmo período. 

Este valor está maior que no ano passado em 37%, quando 1.397 focos foram contabilizados. Da série registrada pelo instituto, foram 1.281 ocorrências em 2012, 740 em 2013, 890 em 2014 e 1.193 em 2015.

Este mês de julho também é o mais crítico se comparado com os de anos anteriores. São 911 focos identificados por satélite em 2017, contra 562 no ano passado, 207 em 2015, 176 em 2014, 124 em 2013, 450 em 2012 e 220 em 2011. O aumento em relação a 2016 é de 62%, mas se comparado a 2011, cresce para 314%. A tendência, infelizmente, é que o quadro piore e mais queimadas sejam registradas até setembro. 

Dos municípios de MS, Corumbá, como já é comum, desponta com 982 focos desde janeiro e lidera, hoje, o ranking nacional de queimadas, seguida do município de São Félix do Xingu (PA) com 624 casos. 

Na sequência aparecem Altamira (PA) com 618 focos, Formoso do Araguaia (TO) com 516, Porto Velho (RO) com 514, Lagoa da Confusão (TO) com 456, Mateiros (TO) com 358, Fernando Falcão (MA) com 352, Nova Maringá (MT) com 304 e por fim, Feliz Natal (MT) com 290 focos neste ano.

Segundo o analista ambiental Alexandre Pereira, do Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo), ligado ao Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) em Mato Grosso do Sul, trégua ocorrerá apenas depois de setembro, quando as atuais condições climáticas, que favorecem a ocorrência de queimadas, começam a ir embora.

“Estamos entrando agora no período mais crítico para incêndios florestais em Mato Grosso do Sul. Entre final de julho, agosto e setembro, devido as condições climáticas que o inverno nos aplica, ocorrem mais queimadas”, sustentou, enfatizando que todos os anos essas condições se repetem e são elas: vegetação seca, umidade baixa, temperatura elevada e ventos constantes. “É a receita do fogo”, diz.

A estiagem prolongada, que hoje chega a 53 dias na região norte do Estado e a 39 em Campo Grande, aumentam as chances de queimadas. Segundo publicado na última terça-feira pelo Correio do Estado, esta é a estiagem mais longa desde 2008, quando MS ficou 27 dias sem uma gota de chuva. 

A previsão é de que chova um pouco apenas no dia 6 de agosto. “A tendência para os próximos dias é de piorar porque, quanto mais tempo sem chuva, mais vegetação seca há”, comenta Pereira.

O analista explica que o aumento de incêndios este ano decorre tanto das condições climáticas, quanto da falta de queimadas nos anos anteriores. “Em 2016 ocorreram menos incêndios florestais e o que não foi consumido ano passado, está sendo consumido agora”, comentou.

Além disso, o frio mais intenso deste ano e cheia menor no Pantanal também favorece o aumento de queimadas. “As geadas ajudaram a secar a vegetação, proporcionando mais combustível para o fogo e também, a cheia no Pantanal não foi tão expressiva e fez com que a água não tivesse tanta presença e esvaziou mais rápido, favorecendo incêndios com mais facilidade”, disse Pereira.

AÇÃO HUMANA

Pode-se afirmar que 100% das ocorrências de incêndio e queimadas decorrem da ação do homem. “Combustão espontânea é difícil de acontecer”, afirma o analista do PrevFogo. 

“Não temos dados técnicos e científicos para comprovar essa combustão espontânea. A única causa natural seriam as descargas elétricas, que não estão ocorrendo”, disse.

Assim, o uso irregular do fogo, ou mesmo bitucas de cigarros jogadas ao longo de rodovias são as principais origens do fogo. “Como não há formação de nuvens, todo incêndio florestal atualmente é atribuído à ação humana. Seja por negligência, vandalismo, acidental ou proposital”, destaca. 

Evitar esses casos seria possível se proprietários rurais realizassem queimadas controladas, que são permitidas somente até o fim deste mês e construíssem aceiros em suas propriedades, que impedem a propagação do fogo.

Os horários para atear fogo também deveria ser respeitado, iniciando logo pela manhã ou ao final do dia, quando o clima está mais ameno. 

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