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quinta-feira, 28 de março de 2024

Pesquisadores lançam novo olhar sobre a história de Mato Grosso do Sul

2016-09-28 09:30:00

Um dos episódios mais conhecidos da Guerra do Paraguai: a retirada da Laguna, tema de livro escrito por Visconde de Taunay. A primeira eleição para governador realizada desde 1964 e depois da criação de Mato Grosso do Sul. Os dois assuntos, bastante distantes, são tratados em dois livros que acabam de ser publicados. 

“Taunay e a Diferença: Um Olhar sobre a Obra A Retirada da Laguna”, de Elisa Maria Balzan, e “As Eleições de 1982 em Mato Grosso do Sul”, de Wagner Cordeiro Chagas, são resultado de pesquisas promovidas  em programas de mestrado no Estado. 

O primeiro parte de uma abordagem interdisciplinar entre literatura, história e educação para tratar do espaço ocupado por mulheres e índios – e sua relação com outros que participaram da retirada. “A partir da análise da obra de Taunay, o que ficou evidente é que ele se esqueceu da diferença entre esses sujeitos”, explica a autora.

Segundo ela, embora Taunay relate em outros livros, como as suas memórias, a convivência com indígenas em diversos momentos da trajetória, eles não têm espaço em seu relato sobre o episódio da guerra. “Ao publicar a obra na França, Taunay recortou tudo aquilo que considerava impróprio para os leitores. É a partir desse olhar, bastante eurocêntrico, que ele construiu a obra”, revela.

Ela destaca ainda que o relato de Taunay era oficial, uma vez que ele havia sido designado pelo Império a fazê-lo. Segundo a pesquisadora, seu trabalho buscou perceber as motivações que levaram o autor a excluir algumas figuras e perceber os impactos causados por essa omissão.

Elisa, que é professora de Letras e mora, atualmente, em Santa Catarina, realizou sua pesquisa em Campo Grande – no Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Católica Dom Bosco. O livro será lançado na quinta-feira, às 14h, na Livraria Lê. A obra custa R$ 35.

VIDA POLÍTICA

Alguns anos depois da criação de Mato Grosso do Sul, seria a vez da população ter acesso a um lampejo democrático em meio à ditadura militar. Durante o processo de abertura política, no qual o regime propôs mudanças no poder e abrandou a repressão, os moradores do estado recém-criado tiveram a oportunidade de escolher seu primeiro governante. 

Esse período instigou o professor de História Wagner Cordeiro Chagas, que decidiu estudá-lo durante o mestrado no Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD). “Eu me interessava pela história política desde a graduação. O que me chamou  atenção é que, em um estado criado pelo regime militar, em sua primeira eleição, é a oposição que vence”, conta.

Wilson Barbosa Martins, deputado que havia sido cassado pela ditadura, é eleito em uma disputa apertada contra José Elias Moreiras. “O vencedor vinha de uma frente democrática que envolvia desde militantes históricos do MDB a membros do PCB, partido que era ilegal”, explica Chagas. 

A obra do pesquisador ajuda a preencher um vazio no que trata da história política do Estado após sua criação. “Existem poucos trabalhos sistematizados. Recorri a fontes documentais, jornais, como o Correio do Estado, e a obra de alguns pesquisadores, como a professora Marisa Bittar. Além disso, entrevistei 13 políticos de MS”, pontua. O livro será lançado no dia 7 de outubro, no auditório da Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul (Fetems), às 19h.

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