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quinta-feira, 28 de março de 2024

MS lidera ranking de suicídios entre crianças e adolescentes

2016-07-01 14:41:00

Mato Grosso do Sul registrou 45 mortes por suicídio de crianças e adolescentes, com idades entre 1 e 19 anos, em 2013. O número é de 5,2% a cada 100 mil habitantes, o que coloca o Estado em primeiro lugar da estatística nacional. Conforme o estudo, os municípios que aparecem nos primeiros lugares nas listas de mortalidade suicida são locais de amplo assentamento de comunidades indígenas, sendo que entre as dez com maior índice, três são sul mato-grossenses: Amambai, Caarapó e Dourados. 

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Os dados foram divulgados na quinta-feira (30), no estudo Violência Letal Contra As Crianças e Adolescentes do Brasil elaborado pelo sociólogo e coordenador do Mapa da Violência, Julio Jacobo Waiselfisz. O suicídio entre a população indígena não era o foco do estudo, porém, os números chamaram atenção, o que levou a reprocessar a informação, desagregando os suicídios segundo raça/cor nos municípios. 

 

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Conforme o estudo, as cidades com maior número de suicídios entre indígenas são Amambai [19], Bela Vista [7], Caarapó [9], Coronel Sapucaia [13], Dourados [36], Japorã [20], Paranhos [15], Ponta Porã [7] e Tacuru [13].



Na última cidade, 100% do total de suicídios indígenas foi na faixa etária de 10 a 19 anos, classificado como “verdadeira situação pandêmica de suicídios de jovens indígenas”. Os números se referem a soma dos anos de 2009 a 2013.

 

No relatório, um estudo das Nações Unidas que estudou o suicídio de adolescente em povos indígenas, inclusive os guaranis, de Dourados, afirma



“A marginalização desses jovens tanto em suas próprias comunidades, ao não encontrar nelas um lugar adequado às suas necessidades, quanto nas sociedades envolventes, pela profunda discriminação, forja um sentimento de isolamento social que pode conduzir a reações autodestrutivas do ponto de vista ocidental”.

Ao repercutir o estudo, o Cimi (Conselho Indigenista Missionário) destacou que o suicídio não é algo da 'cultura' dos Guarani.



“Muita gente fica dizendo isso, que o suicídio no meu povo sempre foi assim, faz parte da cultura da gente. Não é verdade. Isso começou forte depois que passamos a ser expulsos das nossas terras, vivendo confinados em reservas, sem perspectiva, na beira de estradas”, declarou Elizeu Guarani e Kaiowá, integrante da Aty Guasu (Assembleia Guarani e Kaiowá), que em maio esteve na ONU denunciando violações aos direitos de seu povo.

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