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quinta-feira, 25 de abril de 2024

Homicídios de indígenas crescem 93% em MS, diz Funasa

2007-09-29 18:54:00

O número de assassinatos de índios guaranis e caiuás neste ano em Mato Grosso do Sul, registrados até agosto, chegou a 27, ou seja, quase o dobro do verificado durante todo o ano passado, quando ocorreram 14 homicídios nas aldeias, segundo reportagem publicada neste sábado pelo jornal Folha de S. Paulo. Além dos casos de assassinatos, há suicídios por enforcamento entre os guaranis e os caiuás, sendo 21 neste ano até o mês de agosto.

De 2001 a 2006, 285 índios se enforcaram, sendo que 60 deles tinham entre 10 e 14 anos de idade, 103 tinham de 15 a 19 anos e dois eram crianças de nove anos. Os dados da Funasa (Fundação Nacional de Saúde), que dá assistência médica aos índios, mostram ainda que neste ano a desnutrição esteve entre as causas da morte de 12 crianças guaranis e caiuás menores de cinco anos.

Para evitar mortes por desnutrição, agentes da Funasa pesam semanalmente as crianças indígenas, distribuem leite e cestas básicas. No pólo indígena de Amambaí, por exemplo, onde vivem 2.125 crianças guaranis e caiuás menores de cinco anos, 26 estão com desnutrição severa (muito baixo do peso, no termo técnico), 290 com desnutrição moderada (baixo peso) e 401 em risco nutricional.

Violência- Os agentes da Funasa, no entanto, afirmam não ter como combater a violência nas aldeias. O coordenador regional da Funasa, Flávio da Costa Britto Neto, disse que poderá suspender o atendimento aos índios durante a noite para não arriscar a vida de funcionários. Na região sul do Estado vivem, segundo a Funasa, 36.843 guaranis e caiuás.

A Funai (Fundação Nacional do Índio) mantém apenas quatro seguranças nas aldeias de Dourados, que abrigam 11.198 índios e onde ocorreram pelo menos 12 homicídios neste ano. O alcoolismo está diretamente relacionado com os assassinatos, de acordo com a Funasa. Facões geralmente são usados nos crimes.

Na maioria dos casos, os índios que matam ou são mortos estão bêbados. A Funasa contratou quatro psicólogos, sendo dois deles indígenas, para atender os guaranis e caiuás em programas de combate ao alcoolismo. Uma outra preocupação do órgão é o uso de drogas.

A falta de terra – em Dourados 10,6 mil índios vivem em apenas 3.500 hectares – e o alcoolismo são apontados por antropólogos como causas dos suicídios. A bebida, segundo relato da Funasa, também leva pais indígenas a abandonar o cuidado com crianças desnutridas, levando à morte os indiozinhos. Lideranças indígenas atribuem a desnutrição ao atraso na entrega de cestas básicas do governo federal.

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