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Preconceito não deixa Brasil deslanchar no futebol gay

2007-08-20 02:33:00

Orientação sexual não se discute. Especialmente em campo, onde ser homo ou heterossexual não interfere na atuação. De tênis rosa, Rogéria bateu um bolão em cena como a transformista Carol de "Paraíso tropical". Em todo o mundo, aumenta o número de times gays. No Brasil, país do futebol, no entanto, o fenômeno ainda é tímido. 

Prova disso é a Copa do Mundo Gay, promovida pela Associação Internacional de Futebol de Gays (IGLFA), que será disputada em setembro na Argentina, sem a participação de craques brasileiros.

“Tem gente que acha que gay vai jogar cheio de parafernália ou vai querer passar a mão no outro, mas a gente vai para jogar mesmo”, conta a drag queen Kayka Sabatella. Ela garante que a agressividade nos chutes na canela e nas faltas são iguais em times hetero ou homossexuais. Ou mesmo num combinado.

“A gente tinha um time aqui no Rio, o Roza Futebol Clube. Jogávamos contra gays e heteros”, lembra Sabatella, que, pretende retomar as atividades do grupo em breve. Flamenguista doente, Kayka já fez parte da torcida organizada Fla Gay. “Mas paramos de ir aos estádios porque sofremos ameaças de homofóbicos de vários times”, explica. 

Para a Drag Queen Desirré, muitos atletas preferem não ficar sob bandeiras gays para poder jogar, sem preconceitos, em times tradicionais. O preço, muitas vezes, é não assumir a homossexuaildade para não correr o risco de discriminação em campo ou nas arquibancadas. “Em qualquer esporte existem gays, mas eles não se assumem por causa disso”, assegura.

Apesar de ter suas experiências em campo, Rogéria admite que, fora de cena, sua habilidade futebolística não é a mesma. “Não sou boa de bola”, diz, lembrando de sua estréia: “Eu era chefe de turma e meu irmão, goleador de um time. Um dia disse que queria entrar no jogo e entrei de goleiro. Só queria provar que podia entrar no time”.
 
País do futebol, Brasil está fora da Copa Gay de futebol

“A homofobia existe em todos os esportes. Ser gay não interfere na prática de qualquer esporte. Ser gay é uma identidade sexual e não uma limitação”, pondera o presidente da IGLFA ,Tomas Gómez, que não entende por que o Brasil, que tem uma grande comunidade gay, não tem time representante na competição. 

“Falta organização (para enviar um time brasileiro à Copa Gay), falta o povo assumir e falta boa vontade para organizar isso”, opina Desirré, com a autoridade de quem já foi árbitro com direito a plumas e salto alto.







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