2018-05-11 13:26:00
Raquel Fernandes
Selecionado para participar do Campeonato Mundial de Kung Fu, o atleta amambaiense, Egberto José da Silva, corre o risco de não conseguir participar da disputa, por ter o visto negado. O campeonato acontece em Baltimore, nos Estados Unidos, entre os dias 27 e 29 de julho, e os atletas estrangeiros precisam ter autorização para entrar e sair do País.
Egberto reuniu todos os documentos e declarações necessárias desde o ano passado. Ao chegar ao Consulado dos Estados Unidos, na cidade de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, o atleta recebeu a notícia de que estava inapto, por não ter provado vínculos suficientes de que ele retornaria ao Brasil após as competições.
“Eu achei que conseguiria, porque além de ter cumprido com toda a parte burocrática exigida, eu apresentei vários vínculos com o Brasil, como o meu filho, os meus pais, a nossa escola Dragões de Fogo, enfim, tudo foi comprovado”, conta indignado.
Segundo o atleta em conversa com funcionários do Consulado, foi informado de que desde que Donald Trump assumiu a presidência dos E.U.A, poucos vistos são liberados. “Me disseram que está muito difícil de entrar no País, que faz parte de uma nova política adotada pelo atual presidente. ”
Em reportagem publicada no site especializado em direito internacional, Witer Advogados, o especialista em direito de imigração para os Estados Unidos, Witer de Siqueira, explica que desde que o Trump assumiu a presidência dos E.U.A, ele realizou um decreto impondo restrições à entrada de cidadãos de países de maioria muçulmana e dificultou a obtenção do visto para os países que mais imigram e mandam estudantes para o País. “De acordo com o Departamento de Estado Americano, o Brasil está entre os países com maior quantidade de imigrantes nos Estados Unidos, juntamente com México, China, Índia, Filipinas, República Dominicana, Colômbia e Argentina.” informou.
O atleta amambaiense aguarda agora a resposta do mestre de Campo Grande, João Valdivino, para saber se ele conseguirá o visto para competir o Mundial. “Se ele conseguir, vou conversar com ele, buscar outras formas de tentar novamente. Caso ele não consiga, vou desistir, me reunir com os meus patrocinadores e dar a triste notícia.”, informa.
É a segunda vez que Egberto é convocado para disputar o Campeonato Mundial e tem impedimentos para participar. No primeiro, realizado na Argentina em 2015, os lutadores de Mato Grosso do Sul foram barrados antes de entrar no País, pois a empresa responsável pelo transporte dos atletas não possuía o seguro carta verde para o veículo, que é obrigatório para que estrangeiros possam circular no País.
Egberto, que tem 30 anos de carreira no Kung Fu,p ossui o 5º grau de faixa preta. Além de lutador é professor na Academia Dragões de Fogo. O atleta já ganhou 9 vezes o Campeonato Brasileiro de Kung Fu e coleciona várias vitórias no estado. Em setembro passará por exame de faixa para se tornar mestre e utilizar a faixa vermelha.