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quarta-feira, 24 de abril de 2024

Semana pode ser decisiva para futuro de Nasr na Fórmula 1

2016-11-02 06:04:00

Felipe Nasr saberá esta semana, provavelmente, se disputará o próximo campeonato pela equipe Force India, como companheiro do mexicano Sérgio Perez. Neste domingo o brasiliense terminou o GP do México na 16ª colocação, depois de largar em 19º. Por conta, principalmente, das severas limitações do seu time, Sauber, sua temporada não lembra em nada a de estreia, no ano passado, quando se classificou em 13º, com 27 pontos.



O GloboEsporte.com conversou com dois dos diretores que vão participar da reunião na sede da Force India, em Silverstone, Inglaterra, para escolher o outro piloto da escuderia. “Há uma longa lista de candidatos, Felipe Nasr é um deles. Vijay (o indiano Vijay Mallya, sócio e diretor geral da equipe), eu, Andrew Green (diretor técnico), Otmar Szafnauer (chefe de operações) vamos analisar um a um os nomes”, disse Bob Fernley, chefe do time.



“Cada um de nós emite sua opinião sobre quem pensamos ter o melhor pacote. Quero dizer, ser veloz, experiente, capaz de ajudar o grupo crescer e verificamos sua possibilidade de investimento”, explicou Fernley, no Circuito Hermanos Rodriguez. “Buscamos uma solução de consenso. Nem sempre acontece de já no primeiro encontro definirmos o vencedor. Pessoalmente penso que não será agora que vamos definir o nosso outro piloto”, disse Fernley.



O diretor técnico, Green, confirmou a presença de Nasr na lista dos pilotos com chances de correr pela Force India em 2017. Como o chefe do time, falou existir vários pilotos interessados. “Todos que estão sem contrato querem correr na nossa equipe, estamos em quarto dentre os construtores, com um dos menores orçamentos da F1.” Green diz que a lista é relativamente conhecida.

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FORTE CONCORRÊNCIA



É possível citar os nomes que concorrem à cobiçada vaga na Force India. São eles: Felipe Nasr, da Sauber, como os dois admitiram, Esteban Ocon, da Manor, com apoio da Mercedes, pois é piloto da sua academia, Jolyon Palmer, da Renault, com importante investidores por trás, Kevin Magnussen, Renault, por saber que suas chances de seguir com os franceses são pequenas, Esteban Gutierrez, da Hass, com o apoio da Telmex, disposta a investir na Force India os 15 milhões de euros (R$ 55 milhões) que coloca na Haas, e o sueco Marcus Ericsson, companheiro de Nasr na Sauber, o piloto com mais recursos financeiros disponíveis.

"EstebanEsteban Ocon, Pascal Wehrlein, Kevin Magnussen, Jolyon Palmer, Marcus Ericsson e Esteban Gutiérrez: todos estão de olho na vaga na Force India (Foto: Divulgação)

 





O alemão Pascal Wehrlein, antes cotado, dificilmente será escolhido, segundo deram a entender Fernley e Green, sem citar nomes. Wehrlein é, como Ocon, da academia da Mercedes. E entre um e outro, a direção da Force India sugere preferir o francês de 19 anos. Fernley citou nominalmente a presença do italiano Antonio Giovinazzi, líder da GP2, na temporada de estreia, dentre os candidatos. Mas pelo que Green comentou com o GloboEsporte.com, Giovinazzi não tem chances por não ter experiência alguma na F1. “Eu prefiro pilotos com alguma vivência na F1, principalmente agora com o novo regulamento, em 2017, bastante complexo.”

"AntonioLíder da GP2, Antonio Giovinazzi corre por fora por uma vaga (Foto: Divulgação)



 

TRUNFO DE PESO

Ao abrir o dossiê de Nasr, as lideranças da Force India vão ver um piloto jovem, 24 anos, com duas temporadas de experiência, a primeira reveladora do seu talento e a deste ano cheia de dificuldades. Verão também a presença de um patrocinador com cerca de 10 milhões de euros (R$ 36 milhões) para investir, o Banco do Brasil.

Mallya, Fernley, Szafnauer, Green e até o diretor esportivo, Andy Stevenson, vão encontrar no dossiê de Nasr um cartão de visita fixado com um clipse. Ao ler de quem é se surpreenderão: Bernie Ecclestone, ainda o homem forte da F1. O cartão tem uns dizeres: “Please do all possible”, ou favor fazer todo o possível para contratá-lo”. Ecclestone já conversou com Mallya por telefone, sugerindo Nasr, por acreditar que o piloto pode crescer e em razão dos seus interesses no Brasil, como o de manter a prova de Interlagos no calendário.

"BernieBernie Ecclestone e Bob Fernley na Alemanha em 2016 (Foto: Getty Images)





Por mais dinheiro que Ericsson e Palmer tenham, seu poder de convencimento não se aproxima do peso de um pedido pessoal de Ecclestone em favor de Nasr. Esse é o motivo que o coloca dentre os três pilotos com maiores chances de ganhar a concorrência. Os outros dois são Palmer e Ericsson. O inglês, campeão da GP2 em 2014, estima-se ter valor semelhante ao de Nasr, enquanto Ericsson pode facilmente chegar ao dobro.



O fato de Nasr, Palmer e Ericsson largarem com vantagem nessa corrida não quer dizer que Ocon e Magnussen não possam ser escolhidos. Quem parece não ser o candidato de ninguém é Gutierrez, apesar dos 15 milhões de euros que leva.



A Force India tem um débito com a Mercedes, pelo fornecimento da unidade motriz, e a contratação de Ocon implicaria a redução de importante parcela do débito. Mas os alemães não vão além do limite estabelecido pela direção da montadora, estimado em 5 milhões de euros (R$ 18 milhões).



Se Ocon pode contribuir com meia temporada de experiência e algo como 5 milhões de euros, Palmer pode levar 10 milhões e um campeonato nas costas. Nasr, os 10 milhões e dois anos de F1, enquanto Ericsson, 20 milhões (R$ 75 milhões) e três temporadas de vivência na competição: 2014 na Caterham, 2015 e 2016 na Sauber. É um piloto em crescimento. Nos expressamos nossa opinião e expomos a argumentação do porquê da escolha, mas a decisão final cabe a Vijay”, explica Fernley.

FORCE INDIA, EXEMPLO DE EFICIÊNCIA



A Force India é uma organização que desperta interesse em muitos pilotos por causa da sua capacidade técnica e administrativa. Com um orçamento que não é muito superior ao da Sauber, ocupa a quarta colocação no Mundial de Construtores. A Sauber é a última, sem pontos.



Depois do GP do México, neste domingo, Sérgio Perez e Nico Hulkenberg (este de saída para a Renault, em 2017) somaram para a Force India, nas 19 etapas disputadas, 145 pontos, enquanto a Williams, escuderia bem mais estruturada e de orçamento maior, é a quinta colocada, com 136 pontos. “Nosso projeto para o ano que vem, da mesma forma, atrai os pilotos. Temos história de nos darmos bem nessas mudanças de fases”, comentou Green.

"SergioSergio Pérez no GP da Malásia de 2016 (Foto: Getty Images)





O diretor técnico remonta ao tempo em que a hoje Force India se chamava Jordan, no campeonato da F1 desde 1991. Seu fundador, o irlandês Eddie Jordan, a vendeu no fim de 2005 para o grupo russo Midland que, por sua vez, vendeu para a empresa holandesa Spyker que, em 2007, vendeu para Mallya, então dono de um império na Índia, pois possuía a cerveja Kingfisher e a companhia aérea do mesmo nome.



Mallya enfrenta sérios problemas com o fisco e a justiça da Índia. Vive na Inglaterra, mas se sair de lá será preso. Sua situação lança sobre a Force India alguma sombra, pois ninguém sabe ao certo o que acontecerá se Mallya for preso.



Uma fonte da F1 comentou com o GloboEsporte.com: “Mallya tem somente parte da equipe, 42,5% pertencem ao maior grupo industrial da Índia, Sahara, daí estar no nome do time 'Sahara Force India'. Eles elegeriam um novo diretor geral”. Espera-se, mesmo, que na hipótese de Mallya ter de encarar a justiça haja uma saída para a manutenção da Force India.



“O que posso garantir é que hoje (domingo do GP do México) não existe nenhuma definição a respeito de quem correrá conosco”, afirma Fernley. Se um piloto for escolhido esta semana, a tendência é de ele ser anunciado antes mesmo do GP do Brasil, próxima etapa do calendário, dia 13. Depois restará apenas a prova de Abu Dhabi, dia 27.

DESCONVERSA



A exemplo das outras ocasiões em que o repórter do GloboEsporte.com procurou Nasr para falar do seu futuro, sobre o que sabe, o que tem a dizer, sua resposta é sempre evasiva: “Eu não me meto nisso, não sei. É com meu empresário, ele faz as escolhas”. Seu empresário é o inglês Steve Robertson, o mesmo de Kimi Raikkonen.



Nasr e seu staff adotaram uma postura não profissional ao passar para a imprensa que são isentos nessa questão da definição do seu futuro, atribuindo ao empresário a responsabilidade por tudo. “Eu não sei com quem ele está falando. A respeito da Force India, por exemplo, garanto que nunca houve contato da minha parte e do meu empresário". Não é a informação que os próprios líderes da Force India passaram ao GloboEsporte.com, no México, afirmando, nominalmente, a presença de Nasr dentre os candidatos à vaga.



Ser reservado quanto ao avanço das negociações é até aconselhável, diante de como as coisas mudam rápido na F1. Mas Nasr e seu staff dizerem que desconhecem, por completo, com quem o empresário está tratando, além de não corresponder com a verdade revela sua visão da imprensa, onde, pelo que se pode entender, é formada por cidadãos inocentes capazes de acreditar em tudo.



O mais importante para o automobilismo brasileiro e o futuro da F1 no país é Nasr vencer a competição com os demais pilotos e ser o escolhido. Tem méritos para correr na Force India. Os maus resultados, nessa última parte do campeonato, em especial, como neste domingo, 16º enquanto Ericsson foi 11º, ajudado pelo safety car, diga-se, são decorrentes da falta crônica de estrutura da Sauber e não de uma eventual pouca competitividade de Nasr.



Ao lado de Perez, Nasr viveria seu momento da verdade na F1. Ou ratificaria ser um piloto capaz de se tornar um vencedor, o mais provável, ou exporia suas limitações, se existem. Este ano, na Sauber, não é possível ninguém fazer uma análise minimamente realista do seu trabalho. A equipe suíça não é referência para nada.

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