2007-05-26 07:37:00
O avanço na escolaridade foi um dos pontos destacados pelo estudo "Tendências Demográficas", divulgado ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), analisando o período de 1940 a 2000. O censo de 1940 apontou que apenas 30,5% das crianças entre 7 e 14 anos de idade estavam na escola naquele ano. Em 2000, cerca de 95% estão na escola, segundo o instituto.
Apesar das diferenças regionais ainda persistirem nos dias de hoje, em 1940 o abismo educacional apontava que no estado do Rio de Janeiro, então capital federal, metade das crianças estudavam, ou mais precisamente, 54,3%. Do outro lado, estava Tocantins (região norte e centro de Goiás), onde o índice era de apenas 9,7%.
Ao longo de 60 anos, a taxa de analfabetismo ficou cerca de cinco vezes menor . Em 1940, mais da metade dos brasileiros não sabiam ler nem escrever, 56,8%, número que caiu para 12,1%. Também nesta comparação, segundo o IBGE, mais uma vez ficam evidentes as diferenças sócio-econômicas entre os estados. No Brasil de 60 anos atrás, a taxa de analfabetismo do Rio de Janeiro era de 34,1%, valor muito menor que os 80,5% verificados no Tocantins (região norte e centro de Goiás).
EXPECTATIVA DE VIDA
Em 60 anos, os brasileiros passaram a ter uma expectativa de vida quase 30 anos maior. Segundo a pesquisa Tendências Demográficas, divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a expectativa de vida da população era de 42,7 anos em 1940, atingindo o patamar de 70,4 anos em 2000. Nesse período houve envelhecimento da população brasileira, que na faixa de 15 a 19 anos aumentou de 53 para 61,8%.
Em 1940, as altas taxas de natalidade “garantiam às famílias futuros trabalhadores”, sendo o IBGE, já que a constituição de 1934 determinava que era dever do estado “socorrer as famílias de prole numerosa”, acreditando que o alto crescimento vegetativo seria fator de progresso.
As mulheres entre 15 e 49 anos, em 1940 tinham em média 6,2 filhos. A natalidade somente começou a cair a partir da década de 60, de acordo com os censos demográficos feitos pelo instituto, com a consolidação dessa tendência vindo na década de 70.
No ano 2000, as mulheres passaram a ter em média 2,3 filhos. "Nas áreas urbanas, os altos custos com os filhos, englobando principalmente educação e saúde, além da busca feminina por oportunidades de trabalho contribuíram para o declínio da fecundidade, conjugado ao acesso aos métodos anticonceptivos a partir da década de 60 e aos novos padrões de famílias pequenas”, diz o estudo.