2007-08-08 15:48:37
O governo brasileiro iniciou uma negociação com o México, durante a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para abrir o mercado do país a produtos como carne suína e arroz do Brasil, disse nesta quarta-feira o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes.
O Brasil exporta relativamente pouco no setor de alimentos para o México, país que é grande importador agrícola, com compras anuais de aproximadamente US$ 18 bilhões, dos quais US$ 7 bilhões fora do Nafta (Acordo de Livre Comércio da América do Norte), informou o ministério.
Stephanes disse a jornalistas em Brasília, dois dias depois de acompanhar Lula ao México, que a negociação aberta com o governo de Felipe Calderón inclui pedidos para liberação da carne suína brasileira, de produtos lácteos, de arroz em casca e de frango mecanicamente desossado.
As exportações de alimentos do Brasil para o México foram de apenas US$ 270 milhões no ano passado e o governo brasileiro tem encontrado dificuldades para avançar em liberalização do mercado mexicano.
Entre os lácteos, o México credenciou recentemente duas fábricas no Brasil, que quer o credenciamento de mais três unidades.
Para a carne suína, Stephanes disse que o Estado de Santa Catarina, principalmente, possui todas as condições para atender as exigências sanitárias do México.
O México também não permite a entrada de carne bovina in natura (apenas o produto industrializado), a exemplo dos seus parceiros do Nafta, mas esse item não entrará na negociação atual.
Segundo o ministro, o México se mostrou receptivo ao pedido e uma equipe de técnicos do país virá ao Brasil em outubro.
Aftosa
Reinhold Stephanes comentou também a questão da febre aftosa no Reino Unido, sob a perspectiva do exportador brasileiro.
"Em princípio, consideramos que não haverá alteração (nas exportações). É uma questão isolada que a própria Inglaterra já está resolvendo", afirmou.
Segundo ele, já existe uma proibição do governo brasileiro sobre eventuais importações de produtos bovinos da Inglaterra, que data de 1990, devido ao risco do mal da vaca louca.
Stephanes disse que o Brasil está finalizando os procedimentos e deverá enviar em setembro um relatório para o comitê da Organização Mundial de Saúde Animal buscando a liberação para exportações de carne bovina de novas regiões no país.
Apesar de ser o maior exportador mundial de carne bovina, apenas uma porção de Estados brasileiros estão aptos a vender externamente.