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quinta-feira, 25 de abril de 2024

Fronteira vive crise por falta de incentivos fiscais

2007-06-04 14:48:00

Os comerciantes de Mundo Novo, no vértice do chamado cone sul do Estado, estão sofrendo para se manter competitivos, diante da concorrência com o comércio de Guaíra-PR e de Salto del Guairá-PR, devido aos incentivos fiscais dados pelo governo do Paraná para empresas instaladas em seu território e à proximidade com o Paraguai.

Segundo o presidente da Associação Comercial de Mundo Novo, Vanderlei Rankel, uma empresa paranaense, que vende até R$ 30 mil em mercadorias, tem isenção total do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). As que vendem entre R$ 30 mil e R$ 66 mil pagam 2% de tributação e quem fatura entre R$ 66 mil até R$ 166 mil paga 3% de ICMS. "Aqui temos que pagar 17%, e sobre R$ 100 mil vendidos, perdemos R$ 15 mil a R$ 17 mil, imagine o que um comerciante poderia fazer a mais, se ganhasse esta diferença", declara.

A cidade cortada pela BR-163 é a porta de entrada para empresas localizadas na região que se estende até Naviraí e ponto de passagem de produtos que são entregues em estados das regiões Centro-Oeste e Norte do Brasil. "Como os produtos chegam com facilidade á cidade, com vantagem para os vendedores paranaenses, os comerciantes de Mundo Novo estão perdendo venda", reclamou.

Comerciários deslocados
Nas últimas décadas, segundo Rankel, Mundo Novo assistiu ao êxodo de uma população, que ficou diminuída de 45 mil para 22 mil (a maioria rumou para Mato Grosso), e muitas pessoas que ficaram na cidade buscaram espaço para trabalhar em Salto del Guairá, Departamento de Canindeyú, no Paraguai, cidade onde hoje há mais de 300 comerciários trabalhando em lojas distantes cerca de 15 quilômetros de suas casas.

Na vizinha cidade paraguaia, segundo a Associação Comercial, há pelo menos 20 empresários com lojas instaladas no outro lado da fronteira, embora Rankel lembre que a cidade está se recuperando e com empresas se instalando, principalmente no setor de confecções, onde cinco indústrias se instalaram e mais de 700 empregos foram criados, para a produção mensal de cerca de 50 mil peças/mês. "Não é fácil, e agora as coisas tendem a piorar, com a queda do câmbio, principalmente agora que o dólar está cotado no câmbio oficial por menos do que R$ 2.

Concorrência cruel
Segundo informações do Correio do Estado, em uma década, o número de postos de gasolina caiu de dez para três porque os empresários que revendem combustíveis, que hoje comercializam na média por R$ 2,80, estão perdendo espaço, pagando 25% de impostos e tendo que assistir passivamente aos concorrentes paraguaios venderem o mesmo produto para seus clientes por R$ 1,70.

Segundo Rankel, além do ramo de venda de combustível, as lojas que vendem roupas, pneus, alimentos e brinquedos também são prejudicadas. "As vendas de roupas, na maioria, são feitas pela marca e, no setor de confecção, as indústrias sobrevivem porque vendem para outros estados, e as lojas de roupas, junto com as de brinquedos, sofrem com as falsificações, e agora até os supermercados estão sofrendo", afirma, ao lembrar que em Mundo Novo "é comum ver saindo lotações de ônibus com consumidores, se dirigindo rumo ao Paraguai".

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