2006-12-22 06:39:00
Vilson Nascimento
O comércio de Amambai deixa de faturar pelo menos um milhão de reais por mês por conta dos vendedores ambulantes e da entrada de mercadorias contrabandeadas do Paraguai, a estimativa é da ACIA (Associação Comercial e Industrial de Amambai)
De acordo com a Associação Comercial só com vendedores ambulantes que entram no município sem pagarem impostos e conseguem driblar a fiscalização, são pelo menos 350 mil reais de prejuízos ao mês. Eles vendem de tudo, desde roupas, carteiras, cintos, óculos, relógios até a utensílios domésticos, alimentos e artigos para presentes.
“Estimo que estou perdendo 50% do meu faturamento mensal para vendedores ambulantes e para o comércio paraguaio” disse a dona de uma relojoaria e artigos para presente de Amambai que vê seu faturamento caindo dia a dia com a ação do mercado clandestino.
Vídeos locadoras também penam com o comércio clandestino. Não é raro flagrar camelôs e vendedores ambulantes transitando pelas ruas da cidade oferecendo DVDs e CDs piratas, ação que apesar de constituir crime contra os direitos autorais, passam despercebidas aos olhos das autoridades competentes.
Concorrência com o Paraguai
A concorrência desleal com o Paraguai na questão preço é uma das barreiras enfrentadas pelos comerciantes de Amambai, levando em consideração que os produtos chegam aos consumidores com um preço abaixo do mercado brasileiro devido às taxas tributária aplicada naquele país, porém a ressalva está em relação à forma de pagamento.
No Paraguai as compras são pagas à vista e o consumidor não tem direito a reclamar em caso de produtos defeituosos. “Aqui é ao contrário, vendemos a prazo, facilitamos o pagamento ao cliente e além de tudo ainda oferecemos assistência, muitos sabem reconhecer isso e consomem no comércio local, mas a maior parte prefere comprar no Paraguai, depois corem em busca de manutenção em seus aparelhos defeituosos aqui em nossa cidade”, disse indignado um comerciante ao relatar que muitos consumidores que estão devendo em vários comércios na cidade, pegam dinheiro e ao invés de pagar suas dívidas, vão fazer compras à vista no Paraguai e prejudica duplamente o comércio local.
Ambulantes
Segundo a Associação Comercial de Amambai pelo menos os prejuízos com ambulantes poderiam ser evitados se a fiscalização funcionasse.
Nos finais de semana, quando a fiscalização é praticamente inexististe na cidade, ambulantes, sem pagar qualquer espécie de impostos, apesar de existir uma legislação municipal que regulamenta esse tipo de comércio, invadem as ruas da cidade vendendo de tudo sem serem incomodados. “Muitas vezes tentamos acionar a fiscalização da Prefeitura, mas não temos resposta”, disse um comerciante.
