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sexta-feira, 19 de abril de 2024

Jovem presa não é vítima de desestrutura familiar, diz Juiz

2007-08-25 07:58:00

Vilson Nascimento

Para o Juiz de Direito Dr. Thiago Nagasawa Tanaka, da Vara da Infância e da Juventude da Comarca de Amambai a desestruturação familiar e a ausência dos pais durante a infância pode ter contribuído, mas não pode ser apontada, de forma alguma, como a razão pela qual a estelionatária Kelly Samara Carvalho dos Santos de 19 anos, presa essa semana em São Paulo após aplicar golpes, ter ingressado no mundo do crime.

Segundo o magistrado, que acompanhou procedimentos envolvendo Kelly, então adolescente desde que chegou na Comarca em 2003 e inclusive chegou a encaminhar a jovem para uma unidade de recuperação de menores infratores, de onde acabou fugindo após enganar até uma Promotora de Justiça, Kelly Samara dos Santos teve todas as oportunidades durante a infância e a adolescência para seguir o caminho do bem, mas recusou todo o apoio que recebeu e preferiu permanecer no caminho dos delitos até se tornar uma “criminosa”, hoje com uma vasta ficha policial em seu currículo, apesar da pouca idade.

De acordo com o Juiz de Direito, criada como filha pelos avós maternos, a garota, que é filha de mãe solteira, porém já teve contatos com o pai biológico, recebeu carinho e toda a atenção dos avós e dos órgãos relacionados a infância e a juventude em Amambai, entre eles o Conselho Tutelar dos Direitos da Criança e do Adolescente e do Juizado da Infância e da Adolescência da Comarca, através do serviço de assistência social e até mesmo do próprio juiz e do promotor da infância e da juventude da Comarca.

“Fizemos de tudo para reintegrar essa jovem à sociedade, mas ela sempre se recusou a seguir as recomendações. Durante o período que passava sob acompanhamento permanente da Justiça Kelly chorava, agradecia o apoio que recebia e prometia se regenerar para o convívio com os familiares e a sociedade. Era tudo fachada, ao virar as costas voltava a praticar delitos novamente”, disse o juiz.

Convívio com os Pais- Apesar de abandonada pela mãe ainda na infância e se quer ter convivido com o pai biológico até a adolescência, em uma das tentativas de recuperar a jovem para a sociedade, em ação conjunta o Ministério Público e o Juizado da Infância e da Juventude de Amambai manteve contato e tentou integrar Kelly ao convívio dos pais biológico. Ao ser encaminhada para a casa de sua mãe, que reside em Pedro Juan Caballero no Paraguai, a menina teria tentado agredir a própria irmã a golpes de faca e acabou sendo mandada de volta para a casa dos avós em Amambai.

Em uma nova tentativa de recuperar a jovem, o MPE e a Justiça mantiveram contatos com o pai biológico de Kelly que reside em Nova Xavantina no Mato Grosso, mas a jovem teria se desentendido com a avó paterna e acabou voltando para Amambai.

Na Comarca de Amambai Kelly Samara dos Santos respondeu a três procedimentos junto a Vara da Infância e da Juventude, todos extintos com a chegada da maioridade.


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