2014-09-17 14:00:00
Sérgio Santos
“Leio jornal porque realmente gosto de acompanhar o comportamento, a vida”. Assim Horasilvia das Neves Santos, 88 anos, define seu veículo de comunicação preferido. Primeira entrevistada da seção Clube do Assinante – que sempre trará histórias interessantes de assinantes -, ela é uma leitora assídua de a Gazeta.
“Desde a fundação”, diz. E lá se vão duas décadas, acompanhando de perto o cotidiano de Amambai e região. Em algumas ocasiões, cogitou cancelar a assinatura, mas sempre voltou atrás. “Acabo sentindo falta”, justifica.
Horasilvia nasceu em Nhuverá Mangai (Coronel Sapucaia), no dia 8 de janeiro de 1926. Na cidade da fronteira fez o curso primário, completando o processo educacional em Capitan Bado (Paraguai). No mesmo período, tornou-se conhecedora da língua tupi guarani e também do espanhol.
Já casada com Orestes dos Santos, chegou a Amambai em 1946. Residiu na fazenda Nova Esperança. Em 1948, ano da emancipação do município, assumiu funções como primeira professora da Escola Mista Municipal.
Com a criação da comarca, desempenhou atividades como juíza eleitoral. Fez o mesmo em Coronel Sapucaia. O percurso era feito a cavalo e o trabalho não era remunerado. Também foi sócia e presidiu o Clube de Mães, além de desempenhar as funções de secretária e tesoureira.
Em 1983, como presidente da MDS (Mulher Democrática Social), participou de um importante congresso em Brasília. Fundadora da creche comunitária Cosme e Damião, sempre dedicou muito carinho às atividades em que esteve envolvida.
Horasilvia é mãe de Esaú Neves dos Santos e do ex-deputado constituinte Zenóbio Neves dos Santos, falecido em 2011. Zenóbio foi deputado por dois mandatos e participou da elaboração da 1ª Constituição de Mato Grosso do Sul. Também foi vereador por dois mandatos em Amambai, um dos fundadores do PFL (hoje DEM) no Estado, além de presidente regional e secretário-geral da legenda.
Do marido, Orestes, guarda muitas recordações. “Foi um filho ilustre de Amambai”, comenta. Faleceu em 2007, aos 87 anos. Orestes nasceu e construiu sua história de vida em Amambai, tendo integrado a Força Expedicionária Brasileira (FEB) na 2ª Guerra Mundial e combatido o nazismo.