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quarta-feira, 17 de abril de 2024

Egberto, Kung Fu de Amambai, impedido de ir ao Mundial

2018-06-14 14:43:00

 
Clesio Ribeiro
 
Frustração. Foi o sentimento do atleta lutador de kung-fu de Amambai, Egberto José da Silva, quando teve negado o visto de entrada nos Estados Unidos para participar do mundial da modalidade, que acontece no próximo mês de julho. Foram três anos de preparo e, mais uma vez, fora do mundial
 
“Há três anos, em 2015, foi bem pior”, conta ele. O campeonato era na Argentina, Egberto e outros 15 atletas do Mato Grosso que estavam viajando numa Van foram impedidos de entrar no país. O motivo era a falta da “Carta Verde”, um seguro obrigatório exigido para transitar veículos nos países do Mercosul. 
 
O atleta amambaiense estava pronto para o mundial na Argentina e, ao invés de viajar por conta própria, acabou aceitando uma carona na Van dos atletas de Chapadão do Sul. Foram  primeiro para Assunção e em seguida entrariam em território argentino. “Entrariam”, porque foram barrados na fronteira do Paraguai com a Argentina e, por falta de tempo hábil para tirar a Carta Verde, não era mais possível chegar a tempo no mundial.
“Quase entrei em depressão”, conta. Agora o fato se repete. Depois de treinar e se preparar para o mundial que acontecerá em julho na cidade de Baltimore (Maryland), nos Estados Unidos, Egberto foi surpreendido com o visto negado para a entrada no país americano. “Infelizmente, não consegui o visto, e mais uma vez não poderei participar deste, que talvez, fosse a minha última chance de disputar mais um mundial”, lamenta.
Além de Egberto, outros dois atletas de MS que estavam inscritos para participar, também não irão. O mestre, João Valdivino (Campo Grande), teve o visto negado; e o atleta Antonio Wilson, de Naviraí, não conseguiu ir por falta de apoio financeiro.  Egberto tem um Mundial na carreira. Em 2003 Egberto participou da competição que aconteceu em São Paulo. Havia quase 3 mil atletas representando 36 países, e o atleta amambaiense ficou em terceiro nas duas categorias em que disputou: kati e luta.
 
Kung Fu de MS perde
 
Em entrevista ao Jornal A Gazeta, Egberto disse que o Kung Fu de Mato Grosso do Sul vai ficar sem um representante muito em breve. O mestre João Valdivino (maior graduação no Estado), deixou de competir e Egberto sente que a idade já começa a pesar. “Não é querendo me achar, mas o Mato Grosso do Sul não terá um atleta em condições de competir em nível nacional”, diz ele, lembrando que o Mestre João vai receber o título de Grão Mestre, e será o brasileiro com a maior graduação no país.  
 
Kung Fu está no sangue
 
Egberto está com 40 anos. O Kung Fu entrou na mente com o filme “Karatê Kid”. “Eu tinha 07 anos e quando assisti ao filme me apaixonei pelo esporte. Aos 11 anos então, estudava no Celq, e ganhei num sorteio a matrícula para começar os treinos. Foi na academia do professor Hussen (Nenê), que comece. No primeiro dia de treino apanhei de um menino de 14 anos e com mais tempo de treino; aquilo foi um incentivo pra mim, e nunca mais parei”. 
Em quase 20 anos de Kung Fu, Egberto já formou 11 atletas em faixa preta, a mais alta graduação inicial, e mais de mil atletas já passaram pelas suas aulas, inclusive alunos da Aldeia Amambai. 
Egberto é uma pessoa carismática e respeitada em Amambai. Um atleta que orgulha o município nas competições em que participa. Agora, fora do mundial, concentrará seus treinos para a graduação de Mestre, exame que fará em setembro. 
 
O Kung Fu começa com o grau “DI” com a faixa Branca, depois faixa Amarela, Laranja, Verde, Azul, Roxa, Marrom, Marrom Ponta Preta e por último a faixa Preta. Depois vem o grau “Tuan” (superior) com cinco pontas na faixa preta; depois vem a faixa Vermelha (título de Mestre) com três pontas, e por último a Faixa Dourada, com duas pontas e dá o título de Grão Mestre. 

AGRADECIMENTOS
 
“Peço desculpas à todos que confiaram e torceram pela minha ida ao mundial e àqueles que me apoiaram”, diz ele, frisando o nome de algumas empresas que já haviam o patrocinado para o mundial com recursos financeiros, que foram utilizados para compra de equipamentos novos, treinamentos e viagens para retirar a documentação: Posto V8; Mercearia Alvorecer; Universidade Brasil (antiga Fiama); Sicredi; Planeta Animal, A Gazeta e Sedesc. 

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