2007-10-09 13:27:00
Importante líder religiosa e política, deixa um legado de ensinamentos e lições de vida
Luiz Cláudio
Independentemente de clichês ideológicos, políticos ou religiosos, existem aquelas pessoas que se tornam verdadeiras sumidades em se tratando do grau de respeitabilidade que conquistam ao longo de suas vidas ao assumirem papéis de liderança em suas comunidades. Neste domingo, 7 de outubro de 2007, Amambai perdeu um desses ícones que exemplificam muito bem o conceito de entrega total e incondicional às nobres causas fundamentadas pelo sentimento de amor ao próximo. Julinha Machado de Oliveira ou simplesmente Dona Julinha, como comumente era chamada pelas centenas de admiradores, afilhados, e seguidores, foi muito mais do que a líder do Centro Espírita de Umbanda Vale do Sol do qual foi fundadora. Era reconhecidamente uma das personalidades mais envolvidas com as causas sociais de nossa cidade e para muitos ocupava o lugar de mãe e conselheira sempre disposta a ouvir e apoiar a quem necessitasse de ajuda.
Vitimada pela falência múltipla dos órgãos, em virtude do agravamento de um AVC, na madrugada deste domingo, esta grande personalidade amambaiense recebeu as últimas homenagens de familiares, amigos e admiradores no sede do Centro Espírita que dirigia. Manifestações emocionadas e a presença de várias lideranças municipais compuseram a justa homenagem a quem dedicou uma vida ao povo desta cidade.
Vida Atuante – Nascida em 11 de agosto de 1951 na cidade catarinense de São Joaquim, Julinha Machado de Oliveira tornou-se amambaiense de coração. A cidade que a adotou e que por ela foi adotada para o desenvolvimento de sua intensa vida de atividades nos meios social, religioso e político, foi amplamente beneficiada pelos seus relevantes préstimos. Católica de formação, atuou por vários anos no movimento cursilhista, foi catequista e palestrante de evangelização. No meio político, fundou e presidiu o PMDB Mulher. Também foi fundadora da APAE, instituição de cuja diretoria, também foi integrante. Em 2001 recebeu o título de cidadã amambaiense em virtude dos inúmeros e relevantes serviços prestados ao município, título do qual tinha muito orgulho. No campo político, ultimamente integrava o diretório municipal do PPS.
Em 1992 iniciou o desenvolvimento de sua mediunidade tornando-se uma das pessoas mais respeitadas e referência na área religiosa por seu conhecimento e generosidade. Em princípio participava do Centro Espírita de Ogum, e, posteriormente, fundou ao lado de seu esposo Manoel Nunes de Oliveira (falecido em 2004), o Centro Espírita de Umbanda Vale do Sol (CEUVS), onde atuou até os seus últimos dias. Sua vida pessoal e religiosa foi marcada pelo perene objetivo de servir ao próximo através da fé, amor e caridade, valores nos quais acreditava e que sempre procurou vivenciar e transmitir.
Deixou 5 filhos, Joaquim, Adilson, Juditelmo, Juliano e Julielma e 13 netos, além de uma legião de adeptos ao seu carisma e ensinamentos que se sentem também órfãos, mas que, conforme apregoa o próprio sentido da fé que movia sua vida, encontram conforto na certeza de que sua grande mãe e conselheira, neste momento, desfruta das recompensas merecidas por sua vida de fé e abnegação.