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sexta-feira, 19 de abril de 2024

Brasil perde espaço na UE para frango da Tailândia

2016-09-30 23:11:00

Em 2006, a União Europeia (UE), então com 26 países-membros, importou cerca de 600 mil toneladas de carne de frango, quase dois terços desse volume provenientes de um único fornecedor: o Brasil. Dez anos depois, as projeções estimam que a UE (agora com dois integrantes a mais – Bulgária e Croácia) estará importando volume pelo menos 23% superior – algo em torno de 740 mil toneladas.

O detalhe, neste caso, é que o volume fornecido pelo Brasil deve representar menos de 55% do total, apresentando, portanto, queda de mais de 15% em relação à participação registrada em 2006. Tal projeção indica que as exportações brasileiras de carne de frango para a UE no corrente exercício ficarão, aproximadamente, no mesmo nível registrado 10 anos atrás, cerca de 400 mil toneladas. Isto, depois de terem chegado a um volume 25% superior.

O interessante é que, a despeito da sensível queda da participação brasileira, a UE continua operando com os mesmos fornecedores básicos de dez anos atrás – Brasil e Tailândia. O que significa que a avicultura tailandesa ocupou significativa parcela da avicultura brasileira.

Isso é, de fato, comprovável contrapondo-se os números atuais aos de dez anos atrás. Então, enquanto o Brasil preenchia 66% da demanda europeia, a fatia da Tailândia mal alcançava os 20%. Já as previsões para o corrente exercício apontam que a Tailândia responderá por quase 40% das importações da UE – aumento de, praticamente, 90% em uma década.

Tal crescimento vem na esteira da recuperação que a avicultura tailandesa alcançou após controlar o surto de Influenza Aviária (H5N1) enfrentado logo no início dos anos 2000 e que, praticamente, “zerou” as exportações de carne de frango daquele que era, então, o quarto maior exportador mundial do produto. 

Em decorrência da IA, em 2004 os europeus fecharam suas fronteiras ao frango tailandês. Abriram-nas posteriormente, mas apenas para a carne cozida. E somente em 2012 voltaram a receber o produto in natura. Nas palavras do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), “a qualidade da carne de frango tailandesa se adapta melhor às necessidades dos importadores europeus em termos de facilidade de processamento”. Daí a rápida expansão do volume entregue à União Europeia – “em detrimento das exportações brasileiras”.

Porém, conforme também o USDA, Brasil e Tailândia já não estão tão sozinhos nesse mercado. Novos fornecedores estão chegando e o órgão americano destaca a presença de Argentina, Chile, China e Ucrânia. Juntos, eles devem responder, neste ano, por apenas 7% das importações de carne de frango da UE. Mas vêm crescendo. A Ucrânia, por exemplo – que só recentemente obteve autorização para entrar naquele mercado – já se tornou a terceira maior fornecedora para os europeus. Por sinal, a Ucrânia deve fechar 2016 como o oitavo maior exportador mundial de carne de frango.

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